A Laxnes Horses Farm não fica longe de Reykjavik e havia uma carrinha da quinta para transporte dos visitantes.
Foram cerca de 20 minutos de viagem.
Além de se ver uma paisagem deslumbrante, a viagem serviu ainda para conhecermos os companheiros de viagem. Quase todos novos, turistas. A excepção foram duas jovens que trabalhavam num cruzeiro. Chegaram de noite a Reykjavik e quiseram aproveitar o dia para o passeio de cavalos.

Church next to Laxnes horses farm
Igreja próximo da Laxnes

A quinta fica num vale. De um lado uma extensa montanha por onde passava a estrada principal. Do outro lado, uma cordilheira que tinha num dos cumes uma igreja muito bonita, de arquitectura moderna. Isolada.
Eram poucas as casas em redor.
Junto à quinta havia apenas o estábulo, um anexo com roupas e acessórios para os visitantes utilizarem no passeio a  cavalo e um bar/restaurante onde nos deram as boas vindas.
A exploração era de uma família. Muito simpática. 
Havia ainda um cão que brincava com os visitantes. Uma bola velha e alguém para a atirar para longe, e ele ia todo contente buscar.
Outra particularidade do local era um Lincoln, de cor creme e bem conservado que estava à entrada da quinta. Muito antigo, a quebrar a paisagem rural.

Laxnes horses farm
Laxnes – preparativos

O passeio foi ao final da manhã.
Capacete, botas e um fato de oleado para nos proteger da chuva e da sujidade.
De seguida fomos para o estábulo. 
O casal escolheu o cavalo que mais se adaptava à fisionomia de cada pessoa. Eu fiquei com um castanho, com uma crina ligeiramente dourada, que não ligou nada às minhas ordens. Já explico porquê mais adiante.

Os cavalos da Islândia são muito diferentes das outras espécies europeias. Mais pequenos e encorpados.
É uma raça típica da Islândia e que passou por momentos difíceis na exportação. Devido ao isolamento, os cavalos não têm o mesmo sistema imunitário de outras espécies.
Quando transferidos para outros ambientes muitos morreram devido a este problema. Para proteger a raça, uma legislação que proíbe que qualquer cavalo exportado retorne a solo islandês.
Na quinta, por alto, devia haver uns 30 cavalos.
Os donos da quinta começaram for fazer festas, as apresentações e, depois, foi a nossa vez de tocar no animal. Levemente, com confiança.
De seguida, upa e firmeza nos arreios.
Ao todo devíamos ser uma dúzia de cavaleiros. 
O dono da quinta seguiu à frente. Explicou que o primeiro andamento era mais lento, para nos habituarmos e depois a trote.
Seguimos todos em fila indiana. 
O homem à frente e duas mulheres da quinta a acompanhar os que ficavam para trás. Por vezes faziam uma pequena paragem para ajudar alguém cujos arreios não estavam bem colocados.

cavalos_pastar
Cavalos noutra quinta

A primeira fase foi calma. Ao longo do vale.
Algumas zonas de pedra, outras com pequenos riachos. 
Mais à frente passámos ao lado de outras quintas onde pastavam alguns cavalos e olhavam para nós. 
Até dava para conversar. Breves gracejos e também festas nos cavalos.

O pior, para mim, foi a seguir. 
Numa encosta, o homem que seguia à frente começou a trote.
A velocidade da fila indiana acelerou e nunca mais parava.
O meu problema era a coluna. Cada vez que o traseiro batia no dorso do cavalo a dor era insuportável. Deixá-los ir, pensei. Puxei as rédeas mas nada.
O cavalo que me transportava não ligava nenhuma às minhas ordens. Ele só queria ir atrás do outro. Puxava mais. Nada. Desisti.
Procurei outra estratégia. Fixar o peso nos pés e evitar o contacto com o cavalo.
Foi preciso muita força.
Por vezes o homem da frente abrandava, virava-se para trás, para verificar se estava tudo bem.
A velocidade abrandava e eu aproveitava para descansar as pernas. No minuto seguinte, nova aceleração.

Stop at the top of a mountain
Paragem no topo da colina

Subimos toda a encosta e parámos numa zona onde um rio fazia um pequeno lago.
Os animais aproveitaram para comer algumas folhas. 
Os turistas trocaram impressões  sobre o passeio. Todos sorridentes.

Deste local via-se o vale todo florido e verdejante. 

No regresso o grupo dividiu-se em dois. Um ia seguir um caminho mais longo mas com velocidade mais rápida. O outro era mais passeio, passada mais lenta. 
Não tive dúvidas na escolha.
A chegada foi calma.
Despedidas afectuosas dos animais e a seguir foi uma sopa quente, um prato leve e uma sobremesa deliciosa acompanhada com chá ou café. Tudo confeccionado na quinta.

The playful dog
O cão brincalhão

O café e a sobremesa foi no exterior. Para fumar calmamente um cigarro.
Tudo perfeito com raios de sol a relaxar o corpo.
O cão não se esqueceu de nós. Lá apareceu com a bola e divertiu-se durante alguns minutos.
Foi o tempo de espera para a chegada da carrinha que nos transportou depois a Reykjavik.

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