Em Portugal há cinco escolas que são praticamente iguais e com símbolos maçónicos. São as escolas mandadas construir por Francisco de Almeida Grandella no inicio do século XX.
As fachadas têm colunas, sobrepostas por um frontão triangular. Quase todas têm uma estrela de cinco pontas e em baixo o selo ondulado do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano.
A excepção é a de Aveiras de Cima. Francisco Grandella decidiu excluir este símbolo porque a construção tinha um cariz especial: foi no terreno onde estava a casa onde nasceu e que era dos pais. Grandella nasceu em Aveiras de Cima em 1853.
A escola de Aveiras foi construída em 1906 e esteve a funcionar durante quase duas décadas. No primeiro piso vivia a professora e as aulas eram no rés do chão.
O edifício foi entretanto recuperado e há duas décadas funciona como centro cultural, com uma biblioteca. O propósito do município da Azambuja, nas palavras do vereador de Cultura, António Matos, é manter o objectivo definido pelo fundador, promover o acesso à cultura e formação.
As instalações podem ser visitadas. Nos corredores há informação sobre Francisco Grandella que tem um busto no exterior, enquadrado pelas colunas. A homenagem é de 1969. Quando a câmara tomou conta da antiga escola procurou preservar o mais possível a história do edifício.
No acervo da biblioteca estão alguns livros de Francisco Grandella que foram oferecidos pelos netos. Mantêm-se, deste modo, os laços entre os Grandella e Aveiras de Cima.
Não muito longe está uma outra escola Grandella. É em Tagarro.
O edificio foi recuperado e a cor vermelha da pintura e da estrela dão uma enorme vivacidade ao lugar. A escola de Tagarro foi inaugurada em 1910 e contou com a presença de Afonso Costa.
Na Lameira de S. Pedro, no concelho da Mealhada, há outra escola que tem um contexto muito particular e que merece uma outra história. A escola está junto à estrada que vai para o Luso. O edifício está pintado de branco, com quatro colunas que dão uma perspectiva de maior robustez ao prédio porque se encontra numa encosta.
Na Foz do Arelho, onde Francisco Grandella faleceu em 1934 existe mais uma escola e desta vez de cor amarela.
Por ultimo, em Benfica a escola também foi recuperada e está integrada no Bairro Grandella que foi construído para os empregados e operários na primeira década do século XX. Ao lado da escola há outro edificio muito parecido que funcionava como creche.
As duas construções estão pintadas de vermelho, com colunas, a habitual estrela e a frase que era o lema de Grandella aos alunos: “Sempre por bom caminho e segue!”
O bairro tem 70 habitações construídas em banda e fica entre a Estrada de Benfica e rua Francisco Grandella. Era ainda um jovem quando Francisco Grandella deixou Aveiras de Cima a caminho de Lisboa. Iniciou-se no comércio como empregado de balcão e tornou-se num dos empresários mais bem sucedidos e com um olhar para o futuro pouco habitual num país que vivia as últimas décadas da monarquia.
Escolas Grandella e maçónicas faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:
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Bonito e elucidativo texto, está um pouco incompleto, pois falta indicar, também a escola “Grandella” do Nadadouro, localidade junto a Vila da da Foz do Arelho.