Trancoso tem um dos centros históricos com mais vestígios da presença de judeus.
São facilmente visíveis cruzes, datas e símbolos nas ombreiras das portas.
Um dos mais fascinantes é o leão de Judá na fachada da Casa do Gato Preto.
Estes vestígios são facilmente detectados em casas em várias ruas na zona histórica.
Os judeus estariam em Trancoso desde o séc. XIV, tiveram uma das maiores comunidades na Beira o que os levou a ampliar a sinagoga cuja localização é hoje desconhecida.
Foram terrivelmente perseguidos pela Inquisição. Há registo de 500 processos onde muitos cristão novos foram torturados e queimados na fogueira.
Segundo Júlia Rito este passado de perseguição e sacrifício é o motivo do silêncio quando muitos judeus entram na atual sinagoga. Em alguns casos, tentam ainda inteirar-se se haverá alguma relação com antepassados que viveram nesta região de Portugal.
Depois dos turistas, o maior grupo de visitantes da sinagoga são praticantes desta religião e podem utilizar o espaço como lugar de culto.
A sinagoga foi construída há cinco anos, é uma réplica de uma sinagoga sefardita e
tem vários elementos relacionados com a história e a religião judaica.
No tecto estão 12 quadrados que simbolizam as 12 tribos de Israel, as paredes têm frisos de madeira que simbolizam velas, as perseguições e a violência a que foram sujeitos os judeus.
Há vários objetos religiosos e os utilizados no culto (Tora, placas com mandamentos…) estão guardados num espaço fechado com portas de madeira.
A sinagoga está numa casa antes habitada por judeus, faz parte do Centro de Interpretação Judaica Isaac Cardoso e é o elo central de quem visita Trancoso à descoberta do judaísmo. Pode ver aqui o horário das visitas.
Fica mesmo em frente da Casa Bandarra, mas isso é para outra história, a par da do Padre que teve 299 filhos.
O leão de Judá de Trancoso faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.