A olaria de Nisa é única. É muito criativa e original. As pedras brancas de quartzo ornamentam as peças e tornam singular uma arte que corre no entanto o risco de desaparecer. Há cada vez menos oleiros em Nisa.
Nesta altura há apenas três famílias que ainda produzem de forma artesanal. Há um problema de renovação porque as gerações mais novas não querem seguir a olaria.
Os filhos de Antónia Carita aprenderam a arte e ela ainda tem esperança que dêem continuidade à olaria que faz com o marido.
Ele trabalha o barro, ela decora as peças com as pedras de quartzo.
A matéria prima é recolhida no campo. As duas qualidades de barro são depois misturadas e todo o processo exige saber e tempo.
Algumas peças têm de ser feitas várias vezes e a decoração pedra a pedra exige tempo e paciência. Por exemplo, os pratos maiores levam três dias a fazer.
Antónia apanha o quartzo no campo e é também ela que faz os desenhos nas peças.
Risca o barro com uma agulha e é no risco que são colocados os fragmentos de quartzo que ficam sempre com uma tonalidade branca e brilhante. As peças de barro podem ficar escuras mas os desenhos com as pedras ficam muito claros.
Os motivos decorativos são sempre diferentes. Não há uma única peça igual, “o que vem à imaginação é o que a gente faz”.
Os desenhos são alusivos à natureza, seguem uma linha tradicional e Antónia conhece o nome de todos.
Antónia Carita aprendeu a arte em casa, muito nova. Tentou depois os bordados mas acabou por regressar à olaria.
As oficinas dos oleiros podem-se visitar, algumas estão junto à estrada e percebe-se facilmente devido aos cartazes e ao artesanato em exposição. Outra possibilidade é visitar-se o Museu do Bordado e do Barro, na Cadeia Nova, no centro histórico de Nisa. Estão em exposição várias peças e informação detalhada da história de uma arte secular e das técnicas tradicionais de produção.
Olaria tradicional de Nisa em risco de acabar faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui. O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:
Olaria tradicional de Nisa em risco de acabar