Hoje a Feira da Ladra de Lisboa é um “must see” para os turistas. Nos últimos anos mudou muito o ambiente, a área envolvente e o perfil de vendedores. Mas mantém-se o nome.
site_feira_ladra_DSCF2799Os londrinos têm uma feira igual e chamam-na de Portobello. Nós designamos a de Lisboa como Feira da Ladra, o que, obviamente, para alguns origina desconfiança. site_feira_ladra_DSCF2805É por isso que podemos encontrar de tudo, fazer todas as perguntas sobre a qualidade e a autenticidade mas ninguém se atreve a questionar a proveniência.

Antiguidades, roupas, peças de máquinas, vinil, medalhas, calçado.. O corpo e o espírito podem encontrar aqui todos os acessórios com uma condição: faz parte das regras regatear.
Convém não ter pressa. Descobrir a história dos objetos e procurar com atenção, apesar de muitos vendedores já saberem o que a maioria dos visitantes prefere.
site_feira_ladra_DSCF2793“Agora o que está na moda é vintage e vai-se mudando a oferta de produtos conforme o gosto das pessoas” referiu-nos José Gonçalves. Há 20 anos que vem duas vezes por semana ao Campo de Santa Clara.
site_feira_ladra_DSCF2790Pertence a um grupo de vendedores que procura e compra objetos para vir aqui vender. Eram a maioria, agora não. “Há os que arranjam coisas baratas ou dadas e vêm aqui vender, há também os que têm coisas em casa e querem despachar e depois, os que compram para vender aqui.”
site_feira_ladra_DSCF2816A banca de José Gonçalves estava ao lado de uma esplanada de um café. No passado muitos destes espaços eram lojas de artigos em segunda mão. O imobiliário e o turismo mudaram muito o ambiente e o tipo de clientela. site_feira_ladra_DSCF2791Exclama José Gonçalves: “Não tem nada a ver!. Mudou imenso. Mas os turistas são clientes de um, dois ou três euros! A gente pede 10 euros por uma peça que custou seis ou sete e eles oferecem dois ou três.”
José Gonçalves diz que o que vende mais são medalhas, ferramentas e livros antigos. site_feira_ladra_DSCF2810Mas com os turistas é um pouco diferente e tem de se oferecer objetos mais pequenos e mais leves porque muitos viajam apenas com mala de cabine e evitam objetos pesados e proibidos de transportar no avião. “O mês de Agosto é o pior para o negócio. Os turistas que viajam de barco é já diferente, levam coisas maiores.”
site_feira_ladra_DSCF2789Na outra perspetiva, do visitante, o interesse não se esgota no comércio. A vista é magnifica com o Tejo a esconder-se atrás do casario e do deslumbrante Panteão Nacional.

Rua de acesso à Feira da Ladra com passagem pelo Panteão
Rua de acesso à Feira da Ladra com passagem pelo Panteão

Nos caminhos descobrimos ainda murais, o Convento e a Igreja de S. Vicente de Fora que seguram o enorme arco, uma das mais bonitas entradas da Feira da Ladra, o início do deslumbramento de muitos turistas em relação a algumas antiguidades. “Principalmente canadianos e norte-americanos que aquilo lá é tudo moderno. Dizem que é das melhores feiras que têm visto. Esta e a de Portobello.
site_feira_ladra_DSCF2815José Gonçalves chega às 6 da manhã e diz que é até à hora de almoço a melhor altura para o negócio. Mas costuma ficar até por volta das sete da tarde e um dos motivos é o contacto com as pessoas. site_feira_ladra_DSCF2809É uma das facetas mais positivas destes 20 anos de experiência. “Falamos com gente de todo o Mundo. Quem tenha facilidade em falar inglês – eu arranho um pouco porque vivi muitos anos na África do Sul – tem ainda mais essa experiência. Vamos ouvindo elogios ao nosso país, ao contrário do que nós próprios dizemos.”
site_feira_ladra_DSCF2803A origem da Feira da Ladra é do século XIII mas percorre vários lugares da cidade e está ao lado da obra de Santa Engrácia desde 1903.

José Gonçalves junto à sua banca de venda de produtos na Feira da Ladra
José Gonçalves junto à sua banca de venda de produtos na Feira da Ladra

“Must see” Feira da Ladra faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

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