Esta é a época das cerejas. Vai, o mais tardar, até Agosto. Mas, este ano, não tem sido um processo fácil. O tempo não ajudou na produção e a pandemia dificulta o escoamento da pouca que, em algumas zonas, se salvou da intempérie do final de Maio.
Um contexto que reforça uma atitude solidária e de descoberta de paisagens e tradições que, apesar de tudo, continuam muito belas e interessantes.
Em Portugal as cerejas têm várias variedades, tamanho, cor e sabor, mas as que mais seduzem são as grandes, carnudas e de cor vermelha escura. O mais difícil é parar de comer.
Em Portugal são muito conhecidas as de Resende e as da Cova da Beira que têm uma referência geográfica de proteção.
Todos os anos são muitas as pessoas que procuram esta região, entre as serras da Estrela e da Gardunha, para provarem e até colherem cerejas, no meio dos enormes cerejais. Por exemplo, a Quinta do Limite, em Peraboa, há mais de uma década que promove este tipo de iniciativas em Maio e Junho mas a pandemia obrigou este ano a suspender os programas de visitas.
A alternativa, no Fundão, é promover e ajudar os produtores com meios de venda online. Algumas iniciativas foram também suspensas, para grupos com muitas pessoas mas, como diz Paulo Fernandes, presidente da Câmara, as portas estão abertas para quem queira colher e provar as cerejas e, em particular, descobrir a região.

“Seguramente, haverá muita gente disponível para ir ao cimo da serra da Gardunha e em programas que temos, de pouca escala, não massificados, ir visitar pomares e apanhar cerejas.
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Fazer percursos pela natureza e tirar partido da relação da paisagem humanizada dos cerejais com o património natural da Gardunha, com as aldeias históricas e de xisto e com a cidade do Fundão e os seus mercados tradicionais”.

É uma região extensa, com vários tipos de paisagem e que se situa entre as serras da Gardunha e da Estrela. Ainda nas palavras de Paulo Fernandes, têm “cerca de 300k quilómetros de percursos que podem ser feitos a pé, de bicicleta ou, quem preferir, ter uma vista de pássaros sobre o território, com uma viagem de balão.”
Um dos passeios recomendados, que faz parte da Rota da Cereja, é subir a encosta da Gardunha até Alcongosta. Percorrer a estrada a serpentear a serra por Souto da Casa. Há muitos cerejais e temos uma vista soberba da Cova da Beira até à serra da Estrela.
A marca Cereja do Fundão estende-se a outros sabores e utilização na gastronomia e bebidas. “É já uma tradição e relaciona a cereja com o turismo e produtos locais. É o festival Aqui Come-se Bem – Sabores da Cereja”. Vai decorrer até parte de Julho. “Tem vários restaurantes aderentes onde as pessoas podem ter menus temáticos. Este ano, por razões óbvias, tem também a componente de take way.”
Uma alternativa para quem prefere o ar livre e passeios no campo é encomendar uma cesta onde leva produtos regionais.
Nesta altura o habitual é a natureza oferecer um clima ameno e muito verde, com a pigmentação vermelha nos cerejais. É muito bonita a paisagem com o contraste da serra. Há um outro momento imperdível. Em Março e Abril os cerejais estão em flor e pintam a paisagem de branco.

A sedução das cerejas faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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