Brejo fica no meio da serra da Bando dos Santos. O povoado disperso tem mais de uma dezena de casas quase todas em ruínas. Eram ocupadas sazonalmente por gente de aldeias vizinhas, como por exemplo, do Castelo, no concelho de Mação.
site_brejoO Brejo ainda preserva uma das suas riquezas, a água. “É uma fonte natural de água. Aproveitaram parte para abastecer Mação e alguma aldeias muito próximas”, mas ficaram ainda muitos dos recursos naturais.
site_brejo2“Não é a mesma beleza, mas, entretanto, o Brejo tem vindo a ser melhorado. Tem-se tentado tornar os espaços agradáveis através do esforço das pessoas e essencialmente da Junta de Freguesia.”
site_enfermeira_1859O testemunho é de uma antiga enfermeira que viveu muitos anos em Lisboa. Revela como mantém uma forte ligação afetiva ao Brejo, apesar do abandono e das casas em ruína. “O Brejo é um sitio mítico. As pessoas vão lá e gera um sentimento de …, agora, talvez, de nostalgia e perda. Mas estou muito contente porque estão a tentar reabilitar. “
site_brejo_DSCF6809As casas de pedra são paredes desmoronadas, vivências agora partilhadas com as estrelas, as aves e o mato que circunda as antigas habitações sazonais. Estão dispersas e, pela delimitação dos terrenos ainda se percebe a sua anterior utilização agrícola.
site_brejo_DSCF6785Uma parte do lugar já foi recuperado. É um parque de merendas, uma zona de lazer e um oásis na serra, junto à antiga mina do Ti Guilherme onde hoje ainda vão buscar água. “É um espaço de lazer muito interessante com mesas onde se podem fazer piqueniques e pequenos eventos. Temos jardins, coberturas e vê-se água a sair permanentemente de uma parede de pedra. site_brejo_DSCF6811Depois há a história que envolve toda aquela zona de Brejo. Era uma terra de transumância. Da família do meu marido moravam aqui na aldeia e tinham lá as terras onde plantavam milho, centeio, melancias… toda essa parte de agricultura. Iam para lá no verão e levavam os animais. Passavam lá o verão.”

site_brejo_DSCF6784Alguns visitantes fazem uma breve paragem. Contemplam a serra, refrescam-se na sombra ou em pequenos espelhos de água a correr. Um pouco mais abaixo é o Chão do Brejo, onde havia mais casas. “Nada é habitado. Nada existe. Do que lhe estou a falar prense-se ao passado, apenas existe registo de memorias.

site_brejo_1866Uma dessas memorias foi-lhe contada pelo marido, quando criança, “ia com o avô e chegava a passar lá a noite. Haviacobras que faziam barulho. O meu marido, na altura um miúdo com 5 ou 6 anos, perguntava: Avô, o que se ouve? E tinha a resposta: São cobras, não faz mal. Dorme.”

site_brejo_palheiro_1877O que o Homem construiu com uma mão está ao longo do tempo a delapidar com a outra mão. “Os incêndios tem sido a grande devastação da nossa zona. Aquilo ainda estava razoável, mas com os incêndios sucessivos, em 1992, 2003 e agora em 2017. Neste último incêndio não ardeu o Brejo mas ardeu muita área circundante. Os incêndios aceleraram a destruição dos palheiros que davam apoio ao parque agrícola. Agora a Junta anda a reconstruir e a recuperar alguma parte. Eu também estou a ponderar. Tenho lá um palheiro e estou a ponderar.”

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Um dos miradouros de Bando dos Santos

Uma passagem pelo Brejo pode ser complementada com uma visita ao Miradouro do Bando dos Santos.
A estrada até ao Parque das merendas está alcatroada e o acesso é fácil. Há também vários percursos pedestres.

site_brejo_1863O Brejo é um sítio mítico” faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

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