O pastel de feijão do Patronato é uma das “relíquias” de Mangualde. Com um sabor inigualável o pastel tem ainda um papel fundamental no apoio a uma instituição de solidariedade social.
A ida a Mangualde tem paragem obrigatória no Patronato. É o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa.

Aqui a igreja está ao lado, mas a fila de pessoas é para irem à pastelaria comprar os famosos e fabulosos pasteis de feijão.
É o caso de Maria Celeste que há cerca de 30 anos vem com frequência ao Patronato. “Quando estamos cá de férias vimos sempre.”

Maria Celeste estava acompanhada de familiares e amigas. O propósito era igual ao meu, saborear o pastel de feijão. “O paladar é realmente muito bom. É um pouco diferente do que estamos habituados a comprar nas confeitarias normais.  Tem um paladar diferente que não se sabe muito bem o que lá está. Alem disso, duram bastante tempo, continuam bons durante bastante tempo.”

Nestas três décadas Maria Celeste ainda não conseguiu  descobrir o segredo de uma receita que tem quase um século e que é de origem conventual.

O formato é parecido com o pastel de nata, mas a massa e o recheio são diferentes, “mais leves.  A base, que está fora do creme, não é tão pesada como a do pastel de nata.”

Como o tamanho não é grande, poucos resistem a comer só um pastel, ou, pelo menos, tem de fazer grande esforço para controlar a tentação.

O pastel do Patronato ganhou o estatuto de referência na doçaria tradicional e os emigrantes costumam levar grandes quantidades. “Eu também levo, mas isto tem como clientes os emigrantes, especialmente na Suíça, que levam às dúzias para oferecer às pessoas do país para onde vão.” Como o pastel do Patronato continua saboroso ao longo de vários dias, há emigrantes que levam algumas caixas para os amigos e familiares.

Além do pastel de feijão a Pastelaria do Patronato confeciona outros doces e também as empadas. No passa a palavra também se tornaram conhecidas. “A nós quem nos indicou foram umas pessoas que eram de cá. As empadas de frango são realmente muito boas.”

Um “pastel solidário”

Ao domingo a pastelaria está fechada, o caminho é só para a Igreja.
A  origem do pastel de feijão e a pastelaria estão associadas à Paroquia de Mangualde. Funcionam como apoio financeiro para um projeto social que teve origem num contexto de profunda crise económica em Portugal e na Europa com a Grande Depressão de 1929.
A doçaria, e o pastel de feijão em particular, alimentam a obra social que ao longo de várias décadas se expandiu e que abrange agora um centro de dia e um lar para pessoas com mais idade.

O saboroso e incomparável pastel de feijão do Patronato faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

1 Comment

  1. Leonor Beira

    Já os compro há 50 anos Cheguei a comprar 12 dúzias para oferecer aos amigos. São absolutamente deliciosos! Se forem conservados num lugar fresco, duram bem 15 dias… Não se pode passar por Mangualde sem visitar a pastelaria do Patronato!

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