O borboletário situado no Parque Ambiental de Santa Margarida é uma maternidade de surpresas. É fantástico ver o breve ciclo de vida das borboletas, os comportamentos e a beleza das várias espécies.

Confesso que fiquei surpreendido quando entrei no Borboletário e algumas borboletas voaram à minha frente.
Tiago Lopes, coordenador do Parque Ambiental de Santa Margarida, fez-me a introdução do que ia ver numa antecâmara do borboletário onde há apenas cartazes e microscópios.

Mas, nada se compara ao ambiente tropical e à partilha do espaço com dezenas de borboletas a cumprir o seu breve ciclo de vida.

“Neste espaço tenta-se replicar um ambiente tropical com temperatura entre os 20 e 30 graus, humidade relativa acima dos 60% e plantas adequadas de modo a conseguir-se a reprodução de borboletas.  Em qualquer altura do ano conseguimos observar as quatro fases do ciclo de vida: borboleta, ovos, lagarta e crisálidas.”

Comecemos pelas crisálidas. Algumas estão numa pequena maternidade. São de várias espécies.
As crisálidas estão suspensas e há borboletas que já estão no exterior, aguardam apenas alguns minutos para as asas ganharem flexibilidade e robustez. Começam agora a sua breve vida.

Se tiver sorte, como eu, assiste ao primeiro voo de algumas borboletas que vivem entre 10 a 30 dias. Alimentam-se de plantas e algumas têm um complemento  alimentar de manga muito madura. Mas, a função principal é o acasalamento. Rapidamente nos apercebemos do ritual com o casal em voos rápidos e breves.
O passo seguinte é desovarem e tem de haver no borboletário a planta adequada para cada uma das espécies. Diz Tiago Lopes que “ se a borboleta colocar os ovos noutra planta, quando as lagartas nascerem vão morrer porque não se conseguem alimentar.”  Num dos casos que observámos era uma laranjeira e as borboletas tinham de colocar os ovos em citrinos para assegurar a continuidade da espécie.

Na mesma planta assistimos à fase seguinte, das lagartas, que se tentam dissimular nas plantas. Vi algumas escondidas nas folhas e nos troncos. Uma delas tinha uma cabeça grande e olhos salientes. É tudo a fingir. Não tem olhos. É só para intimidar os predadores.

O preconceito em relação às lagartas pode não ajuda, mas os monitores que acompanham as visitas também chamam a atenção para os aspectos positivos da vida dos insetos. Em particular “servem de alimento para outros animais e contribuem para a polinização.”

As borboletas são mais sedutoras e frágeis mas, mesmo assim, alguns visitantes ficam receosos. “Há quem tenha medo de borboletas e descobre isso aqui. Não se explicam esses medos, são fobias.”

A visita demora cerca de 45 minutos. e Tiago Lopes diz que habitualmente conseguimos ver mais de uma dezena de espécies, com origem muito variada: América Central e do Sul (entre México e Brasil) e alguns países do Sudoeste da Ásia (Filipinas, Indonésia, Malásia e Tailândia).

Uma recomendação final. A visita é de hora a hora e o borboletário não pode acolher muita gente e, por isso, convém marcar a visita.

O Borboletário Tropical está inserido no Parque Ambiental de Santa Margarida que engloba outras estruturas como por exemplo uma Ecoteca, um jardim de plantas aromáticas.

É fascinante a vida no Borboletário Tropical de Constância
faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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