A água cai quase a pique mais de uma dezena de metros e depois escorrega entre várias rochas escuras e alisadas pela erosão. Quase sempre escondida por denso arvoredo.
A cascata de S. Julião, no concelho de Portalegre, rompe no meio de uma encosta e e o curso de água, pouco depois, fica encoberto pelas árvores.
O rio Xévora segue escondido num vale onde pouco se dá pela intervenção humana.
O ambiente, as cores e os sons remetem-nos para um total isolamento no fundo do vale.
A cascata “é bonita, acessível e tem um poço de água. É muito bonita. Agora está a ser construída a Rota das Cascatas na Freguesia de S. Julião e esperamos ter lá mais gente a visitá-la.
Em todo o ano tem uma boa queda de água para se poder visitar.
Continuando a descrição de Helena Pires, que vive em S. Julião, a vegetação densa e alta encobre a cascata. Para se ver na globalidade temos de subir algumas pedras ou molhar os pés.
Tomar banho também pode ser, mas é mais difícil porque o poço de água não é grande. “Há pessoas que tomam banho, outras não. Mas sempre dá para molhar um bocadinho.”
Outra visão interessante da cascata é no alto da encosta. Um muro de xisto protege os incautos e temos uma visão de conjunto que nos oferece uma melhor percepção da grandeza da queda de água.
O rio Xèvora surge escondido entre denso arvoredo, numa passagem estreita que lentamente a água foi abrindo na encosta. Mas, depois, a serra preparou-lhe uma armadilha, uma queda a pique.
O branco da espuma sobressai entre as rochas escuras e envolvidas pelo verde da vegetação. Não admira que o seu encanto seduza muitos visitantes. “Sim, e depois da pandemia há mais gente. Por outro lado, melhoraram os acessos e as cascatas também estão a ser mais divulgadas.”
O acesso é feito pela aldeia Monte Sete (é outra designação da cascata). À entrada da aldeia, próximo do café a Cascata, encontra um desvio onde está escrito “cascata” no asfalto. Depois passa a terra batida. Metade do caminho é feito a pé.
No regresso guarde energia para a subida. Não é complicado, como também a da Cabroeira, a outra cascata que fica na freguesia de S. Julião. Esta eu não visitei, conto com o testemunho de Helena Pires.
“É mais bonita, mas é um pouco mais difícil de se aceder, tem de se caminhar mais. Qualquer uma das duas tem bom aceso, só que a da Cabroeira demora-se um pouco mais. Faz mais poços de água e é mais fácil tomar banho na Cabroeira do que na de S. Julião.”
A freguesia de S. Julião pertence ao concelho de Portalegre e está inserida no Parque Natural da Serra de S. Mamede.
Cascata de S. Julião é uma das mais espectaculares no Alentejo faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.