Um miradouro com uma vista ampla e magnifica para a bonita baía do Seixal e para a história de uma das maiores fábricas de cortiça do mundo. Hoje faz parte da renovação de um amplo espaço urbano no Seixal que junta espaços museológicos e desportivos com zonas de lazer.
O miradouro fica numa zona verde antes rodeada de pavilhões da fábrica Mundet e oferece-nos uma excelente vista da baía do Seixal até Lisboa.
“Vê-se tudo. O Cristo-Rei, Lisboa até à Expo. Aqui em baixo o Seixal e a baía que, quando está cheia, é linda. Do outro lado da baía temos a praia da Ponta dos Corvos.”
A descrição é de Gilberto, estava acompanhado de um familiar, e faziam um passeio no parque. Quando falei com ele tinha acabado de ver uma fotografia com os cinco moinhos de maré existentes na baía.
Do miradouro conseguimos ver quatro e destacam-se na paisagem ribeirinha.
A vista e o ambiente são convidativos. “Gosto muito. Isto é um sossego. Só tenho pena de não ter dinheiro para comprar aqui uma casa, para ter o meu sossego. Tem um ambiente próprio.”
Toda esta zona que pertencia à antiga fábrica está a ser renovada e está em construção um hotel. Parte das instalações foram musealizadas, em 1988, alguns anos depois do município ter adquirido as instalações da Mundet.
“A fábrica da Mundet terminou há muitos anos. Quando a cortiça perdeu valor. Agora já tem muito. Aproveitaram as instalações para fazer um campo de jogos, um museu, uma escola de música e agora está em construção o hotel.”
No acesso ao parque urbano do Seixal passamos por algumas destas instalações que foram adaptadas. É o caso do Pólo da Escola de Música do Conservatório Nacional e dos serviços centrais do Ecomuseu. Este edifício tem na fachada o nome da fábrica. A construção é de 1943, altura de maior produção. Serviu durante vários anos de casa de infância para os filhos dos operários.
Em 1995 passou a espaço de escritórios da administração e serviços comerciais, até 1988 quando a Mundet encerrou, muito por culpa da concorrência do plástico. No interior podemos ver documentos e alguns instrumentos utilizados na fábrica que produzia vários produtos de cortiça.
No período áureo chegou a ter mais de 4 mil operários.
Era uma das principais fontes de trabalho nesta região. “Eu trabalhei lá vários anos. Era muito grande e dava trabalho a muita gente que vinha de Coina, Quinta do Conde, Barreiro, Montijo. A zona mais forte era do Seixal.”
O testemunho é de Susete Ribeiro que agora trabalha num bar na Ponta dos Corvos. É um dos lugares que capta a atenção do miradouro das antigas instalações da fábrica.
Ao longo do bonito passeio ribeirinho conseguimos ter também uma vista interessante para o final da língua de terra que quase fecha a baía e para o alto da encosta onde se alongava a fábrica da Mundet.
Miradouro da Mundet com vista para a bonita baía do Seixal até Lisboa faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.