Ponte da Barca é uma vila romântica. A corrente do rio Lima entrelaça os nossos sonhos, a ponte medieval reflete arcos que brilham no crepúsculo e as cores outonais das árvores da zona pedonal aquecem o frio das típicas construções de pedra.
As janelas e as varandas das casas minhotas abrem-se para o sol e o rio Lima. Durante a noite ouvimos o ecoar do rio.
Durante o dia é uma corrente de beleza e serenidade que contagia a vila.
“Sim, é uma vila muito calma e com esta natureza que é contagiante. Dá a sensação de tranquilidade”, referiu Miguel Luis que estava com Tiekm.
Repetiam a visita a Ponte da Barca quando falei com eles.
Estavam numa bicicleta e preparados para a ciclovia.
O início do percurso, nesta altura do ano, tem uma introdução quente, com as cores de outono das dezenas de árvores próximo do moinho e da cascata.
Ao longo da ecovia intensifica-se a envolvência da natureza e do rio que nos acompanha em todo o percurso.
Na verdade, o Lima é o epicentro da vila.
É para ele que olha o casario de pedra que se ergue em crescendo na encosta.
Até o campanário da igreja Matriz quer espreitar a corrente, a passagem pela Barca que deu nome ao lugar e a ponte do século XV que lhe acrescentou relevância e um símbolo na heráldica.
A ponte de pedra, com 10 arcos e 180 metros de comprimento tem vários trabalhos escultóricos.
Está classificada como Monumento Nacional e é um excelente miradouro. Em particular para a bonita zona ribeirinha e o centro histórico.
O centro histórico é pequeno, mas muito bonito”.
Ainda nas palavras de Tiekm, “a restauração é muito cuidada e pessoas simpáticas. Sentimo-nos sempre muito bem recebidos”.
Miguel Luis destaca “essencialmente a igreja e depois tem alguns edifícios muito bem preservados. A vila tem casas com traça antiga e tem aqui o mercado do século XVIII”.
O mercado referido por Miguel Luis é um dos postais ilustrados de Ponte da Barca.
Foi construído em 1752 para abrigo de comerciantes e barqueiro.
Fica próximo do pelourinho, mas tem um destaque muito maior devido à arquitetura, marcada por várias arcadas.
A fachada principal tem sete arcos assente em colunas.
Virado para o rio, o mercado é também um dos pontos de entrada no centro histórico.
Ruas estreitas, marcadas por solares, alguns com brasões, igrejas, pequeno comércio e restauração.
Mais moderno é o monumento, na Praça da República, dedicado às rusgas populares. Um conjunto de três estátuas, duas mulheres e um homem, com trajes típicos e instrumentos musicais. A obra é do escultor Rogério Timóteo e ilustra uma tradição mais que centenária, com danças e cantares.
A riqueza cultura alarga-se a uma longa história, talvez com origem celta.
À Terra da Nóbrega está ainda associado o navegador Fernão de Magalhães que deu a volta ao mundo numa curva tão perfeita como a dos arcos da ponte.
O passeio pela vila fica completo com a prova do vinha e da gastronomia local e, depois, um passeio pela zona pedonal que acompanha o rio Lima.
Para quem quer calcorrear caminhos mais longos, tem muito por onde escolher porque a maior parte do concelho de Ponte da Barca está inserida no Parque Nacional Peneda-Gerês.