Três lugares de Lisboa marcam a vida de Camões e constituem histórias incertas.
O perfil quezilento, a tortura na prisão e os últimos dias de vida com escassos recursos.
O reconhecimento foi póstumo.

Comecemos pelo Rossio, mais concretamente nas Portas de Santo Antão, com uma briga, vulgar para a época, que meteu espadas e alguns homens que queriam mostrar a sua valentia.

Foi em 16 de Junho de 1552 e Camões, que tinha fama de quezilento, também se envolveu e atingiu um dos participantes nas chamadas “gentilezas”.
Pagou caro. Foi condenado e depois perdoado, mas teve de passar oito meses no Tronco de Lisboa.

Um lugar miserável segundo testemunhos da época. Para comer ou beber tinha de se pagar. O preso que não tivesse dinheiro morria de sede.
O lugar ficava no final da pequena Travessa do Tronco na Rua das Portas de Santo Antão, quase em frente ao actual Ateneu.

Um painel de azulejos de Leonel Moura evoca a prisão de Camões.
Seguiu-se o desterro no Oriente, com batalhas, prisões, caminhos e mares que o levaram a descobrir outras culturas e a registar a epopeia dos Descobrimentos nos Lusíadas.

17 anos depois, regressou a Portugal com Jau, um escravo que o acompanhará até ao final da vida na calçada de Santana.
Camões terá morrido com 55 anos de idade e com poucos recursos.

A meio desta rua está uma lápide na fachada de um prédio de três pisos a indicar que foi ali que morou Camões. O edifício é posterior a esta data.

O corpo de Camões está nos Jerónimos, mas também há muitas dúvidas sobre os restos mortais.
O poeta terá sido sepultado na igreja de Sant’Ana que fica no topo da rua.

Só três séculos depois, em 1880, o corpo foi trasladado para os Jerónimos e, entretanto, a igreja sofreu profundas alterações decorrentes do terramoto de 1755.
A igreja de Sant’Ana já não existe, deu lugar ao Real Instituto Bacteriológico.

O Largo de Camões talvez seja a principal referência ao poeta na cidade de Lisboa, mas é uma homenagem.
A praça e o conjunto escultórico foram inaugurados em 1867.
A estátua, com quatro metros de altura, e a calçada portuguesa com referências aos Lusíadas estão inseridas num dos locais mais visitados de Lisboa.

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