O Museu do Ciclismo Joaquim Agostinho, em Torres Vedras, é um excelente tributo a um dos nomes grandes do desporto português. Na fachada do edifício e no interior vemos fotografias e outras referências a grandes ciclistas portugueses, mas sem dúvida que a figura maior é Joaquim Agostinho.

O acervo do Museu do Ciclismo Joaquim Agostinho é muito variado. Troféus, equipamento, bicicletas, testemunhos, vídeos… ilustram em várias salas a carreira de Joaquim Agostinho que faria 80 anos em Abril do próximo ano.

Para muitos visitantes é ainda uma memória bem viva e alguns emocionam-se quando descobrem que é Rita Agostinho, neta de Joaquim Agostinho, que os orienta na visita guiada. Já teve situações em que os olhos deixaram transparecer essa emoção.

Rita Agostinho

“Há pessoas que se emocionam e que, por vezes, também me emocionam. Pessoas que o conheceram, foram colegas de equipa… que por alguma razão se cruzaram no caminho dele e acontece emocionarem-se ao falarem dele.”

Rita Agostinho é responsável pelo serviço educativo do museu que foi inaugurado há pouco mais de um ano, em Agosto de 2021. Por vezes ela faz visitas guiadas e o seu nome reforça o elo emotivo e de proximidade com o visitante.

De certo modo, ela contribui para um dos objetivos do museu que é “perpetuar o nome dele e transmitir para as novas gerações o que ele foi enquanto ciclista e homem. Eu não tive a oportunidade de o ver e conhecer e quando trabalho com grupos séniores que viveram aquela época eu também absorvo essa experiência”

Vanessa Lourenço, gestora da coleção, acrescenta que nas pessoas de mais idade a memória é muito intensa e têm de Joaquim Agostinho a imagem de “um herói. E é isso que queremos perpetuar neste museu. A forma como um hortelão se transformou num herói nacional através de uma bicicleta. Ou por exemplo, o que ele mostrou aos emigrantes em França. Como um aguadeiro se pode transformar num líder.”

Mas sempre com uma postura de humildade. É esta também a recordação da neta. “Guardo a memória de alguém que não ambicionava ser ciclista.
Foi uma pessoa no mundo do ciclismo com paixão e garra e o ciclismo acabou por o conquistar. E, acima de tudo, a humildade que sempre teve. Muitos visitantes me transmitem isso.”

Essa característica também a encontramos nos testemunhos citados no museu e fazem parte de um acervo que é pertença da família.

Joaquim Agostinho nasceu numa pequena aldeia do concelho de Torres Vedras e faleceu em 1984.

Um outro tributo que lhe é prestado é com o nome das bicicletas, as “agostinhas” que fazem parte de um programa de mobilidade urbana no concelho.

É também uma forma de dar continuidade a uma prática desportiva e social com grande tradição local. O próprio museu está no antigo refeitório da casa Hipólito, uma unidade industrial, onde existiu uma equipa de ciclismo e muitos trabalhadores deslocavam-se de bicicleta para o trabalho.

Museu do Ciclismo Joaquim Agostinho o tributo a um vencedor faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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