Pachacamac “é um dos mais importantes complexos religiosos do mundo andino da época pré-colombiana e atingiu o seu auge no séc. VI.
Os Incas controlavam todo este território até à chegada dos espanhóis em 1533.” fonte – World Monument Funds
Em meia hora estamos em Pachacamac a partir do centro de Miraflores, em Lima.
O MiraBus tem uma excursão de meio dia que vale o preço. Essencialmente por dois motivos: descobrimos bairros e subúrbios de Lima e o centro arqueológico de Pachacamac.
Percorrem-se vários bairros da capital peruana, descobrem-se dormitórios em morros, espaços urbanos de oficinas e bairros densamente povoados.
Partilham o espaço com indústria e construção.
Uma mudança substancial – o verde é substituído pelo cinza. É como se tivéssemos atravessado uma fronteira.
O caminho ainda é extenso, passamos por Barrancos, San Isidro, Chichorrito e a estrada Panamericana.
A meio da viagem começam a surgir os morros com favelas, espaços desordenados e nem o santuário de Pachacamac resistiu à invasão de casas.
Tiveram de fazer uma vedação para impedir a construção de novas habitações dentro do sítio arqueológico.
Pelo meio, colinas de areia, que servem para fazer concreto e inundar a estrada de pó.
O oposto do lado do Oceano Pacífico. Primeiro uma reserva de aves. Depois, longas zonas verdes. Por último, em frente a Pachacamac, um parque que tem vista para duas ilhas.
O município de Pachacamac procura fazer o seu marketing com o santuário e estes espaços verdes. O vale que circunda o sítio arqueológico e o Pacífico e que é atravessado pelo rio Lurin.
Pachacamac é muito extenso.
Decorriam ainda trabalhos arqueológicos.
Fiquei com a ideia de que há mais para descobrir do que aquilo que já era visível. O património inca por descobrir deve ser imenso.
Tendo em conta a relevância do templo para a cultura inca, a função que desempenhou em toda esta região do Peru e os rituais de oferendas, o valor arqueológico do santuário afigura-se fabuloso.
O templo do Sol marca o horizonte. É o ponto mais alto.
Foi construído em quatro plataformas, em forma de triângulo e onde existe uma grande pirâmide sem o cume.
Do templo do sol consegue-se ver ainda múltiplos caminhos (cheios de estudantes) na parte interior do sítio arqueológico. Vários guardas estão em lugares cimeiros. Parecem estátuas.
Andámos a pé cerca de meia hora. Subir e contornar o templo do sol. A guia vai dando algumas explicações sobre a relevância do templo, a forma como foi construído…
Por vezes parámos para contemplar a vista, especialmente do lado do Pacífico.
Uma outra construção que atrai atenção é Acllawasi.
Quase no fim do percurso, um edifício grandioso. Com muitas entradas e janelas.
Era a residência das preferidas. As mulheres eleitas pelos incas para prestar serviços à comunidade.
A saída tem passagem pelo museu. É pequeno. Tem algumas peças (em particular utensílios e roupas), mapas e desenhos que ilustram a historia do santuário. Ao lado, uma casa de banho e um pequeno ponto de venda de recuerdos e bebidas.
Mesmo que não se compre nada, o lugar dá imenso jeito para se estar uns minutos à sombra. O sol estava forte.
O passo seguinte foi para turista ver. Uma breve exibição do cavalo peruano no pátio do restaurante onde somos convidados a almoçar. O lugar mais desorganizado onde comi em toda a viagem.
No caminho para Lima passamos ao lado de um cemitério. Extenso, cuidado e com imensos espaços verdes.
Em todo o Peru é frequente ver cemitérios. Nalguns casos, em lugares protegidos. Noutras situações, sem qualquer muro ou limitação territorial.
Em Lima há também vários cemitérios e este deve ser dos maiores.
Algumas pessoas estão junto a campas. Outros à sombra, em atitude contemplativa e, mais abaixo, um grupo em círculo com um padre, num ritual fúnebre: uma oração, seguida de cumprimentos.
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