Todos os dias há uma romaria, com gente de muitas e variadas origens, a descer a rampa até ao Forte de S. Miguel de Arcanjo, para verem as ondas gigantes. A referência é o forte que no interior, no Surfer Wall, tem em exposição permanente pranchas de corajosos “cavaleiros” de ondas com mais de 20 metros de altura.
A Surfer Wall tem cerca de quatro dezenas de pranchas que foram oferecidas pelos surfistas que se confrontaram com a experiência das ondas do Canhão da Nazaré.
Além das pranchas e de outros objetos utilizados na prática de surf de ondas grandes, podemos ainda ver uma breve biografia dos surfistas e da emoção que sentiram.
A primeira prancha foi oferecida por Pedro Scooby, iniciando o espaço museológico que foi criado em 2016.
No conjunto das pranchas suspensas nas paredes do forte destacam-se as dos três surfistas que foram batendo os recordes. Primeiro, Garrett McNamara que bateu o recorde mundial da maior onda já surfada, do Guinness World Record, com 23,77 metros. Foi em 2011.
Seguiu-se Rodrigo Koxa (a segunda da foto abaixo, de cor amarela). O surfista brasileiro, em 2018, surfou uma onda de 24.38 m.
Atualmente (2024) o recorde é do alemão Sebastian Steudtner, alcançado em 2020, numa onda de 26.2 metros.
A arquitetura do espaço é interessante. Parece uma caverna, com paredes de pedra escura e poucos feixes de luz natural que entram por frestas no teto e pequenas janelas numa parede. Induz um ambiente calmo, contrário à adrenalina dos “big riders” nas ondas da Praia do Norte.
No piso superior, por cima da Surfer Wall, está o farol e um “terraço” com vista de 360º.
Para o oceano, onde o olhar segue a linha do “canhão” e esperamos as ondas gigantes, ou para a praia branca de espuma que brinca no “toque e foge” com o areal da Praia do Norte.
No outro lado, o Farol tem vista para a Nazaré e para as falésias que suspendem o olhar no Sítio.
Lugar de romaria ao santuário de Nossa Senhora da Nazaré e, nos anos recentes, são muitos mais os romeiros do surf.
Todos os dias, em particular quando da festividade das ondas gigantes. O farol é o totem.
Fim da linha e o farol é o “punctum” do cenário.
Além da paisagem e do Surfer Wall, o Forte de S. Miguel de Arcanjo. tem ainda um pequenos espaço, o Centro Interpretativo do Canhão da Nazaré onde podemos ver vídeos, fotos e maquetes que ilustram e explicam como a falha na placa continental, com cerca de 170 quilómetros de comprimento e cinco quilómetros de profundidade, canaliza a ondulação para a Praia do Norte.
O acesso ao Forte custa 2 euros. Aqui encontra mais informação.
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