O Douro tem uma das mais bonitas linhas ferroviárias portuguesas e a estação de Pinhão é ponto de paragem obrigatório.
No passado porque era para abastecer a caldeira do comboio a vapor. Agora, o Comboio Histórico do Douro repete parte dos procedimentos mas além de se reviverem os rituais do transporte ferroviário de há um século atrás a estação do Pinhão também nos mostra como era o Douro Vinhateiro num passado recente.
É um museu ao ar livre onde, como era hábito em outras estações relevantes, se expressam através de azulejos mensagens representativas de costumes, monumentos e actividades económicas. No Pinhão as paredes estão repletas de imagens que nos revelam a vinha, as vindimas e o transporte do vinho do Porto em barcos rabelo até Vila Nova de Gaia.
São 3047 azulejos distribuídos por 24 painéis. Paula Azevedo, arquitecta da Unidade de Património Histórico e Cultural diz que a IP Património recebeu vários prémios pela conservação e restauro deste património. Foi uma tarefa minuciosa por causa da corrosão provocada pela descarga de bacalhau que era feita na plataforma junto ao rio Douro. O bacalhau transmitiu sais à plataforma que, por sua vez, por capilaridade, contaminavam a zona dos azulejos.
Esta plataforma fica em frente da estação de passageiros na margem direita do rio Douro. Um lugar de enorme beleza paisagística e junto a uma ponte onde muitos visitantes passeiam e acenam com um adeus quando passa o comboio.
Os azulejos foram uma oferta do Instituto da Vinha do Porto e foram produzidos em 1937 na Fábrica Aleluia, em Aveiro, que tinha grande reputação nos azulejos pintados à mão.
A estação ferroviária é muito anterior ao embelezamento com os azulejos. Foi inaugurada em 1880, na abertura de mais um troço ferroviário até ao Porto.
Pinhão está ao KM 126 da linha do Douro, mantém a sua arquitectura tradicional e o relógio de dupla face no cais de passageiros sincronizado com o outro relógio na sala de espera. No interior há espaços comerciais e de divulgação local.
Uma das estações mais relevantes desta linha e ponto de partida do Comboio Histórico é a Régua. É também uma estação de grandes dimensões, em particular o cais coberto. Tem uma extensão de 200 metros e é em curva. É único em Portugal com esta extensão. Foi recuperado e em breve vai ser classificado.
Por último, destaque ainda para o aproveitamento de parte da estrutura da estação ferroviária de Tua onde foi criado o Centro Interpretativo do Vale do Tua.
Pode ver aqui mais informação sobre azulejos na rede ferroviária.
Pinhão D’ouro faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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