O Casulo de Malhoa destaca-se claramente no centro da vila de Figueiró dos Vinhos.
A arquitetura, com planta em forma de T, vários telhados, a cor vermelha intensa dos tijolos e as linhas das paredes formada por blocos pintados de branco dão ainda maior graciosidade à construção.

Ao longe o Casulo de Malhoa destaca-se de imediato. Quando nos aproximamos somos recebidos por um busto do pintor.

A obra é da autoria do escultor António Duarte, também ele natural das Caldas da Rainha, e ainda contemporâneo de José Malhoa que morreu em Figueiró dos Vinhos em 1933.

O exterior do edifício não sofreu grandes alterações até aos dias de hoje. No interior sim.

Vemos alguns objetos do pintor, como por exemplo um cavalete. Há ainda uma resenha histórica de como se tornou um dos pintores portugueses mais populares nas primeiras décadas do século XX.
No entanto, o mais interessante é o ambiente e a arquitetura interior. Em especial a sala de jantar com paredes a imitar couro lavrado, a lareira e pequenos nichos com pinturas, algumas muito mais recentes.

A luz natural entra por um portado enorme que dá acesso à varanda. Ao longe a vista alcança várias serras. Ao perto, é o jardim e o lago. Malhoa terá contemplado a paisagem sentado no banco de ferro ou no caramanchão que ainda resistem até aos dias de hoje.

Também são dessa época alguns frisos de azulejos de Rafael Bordalo Pinheiro, da cerâmica das Caldas da Rainha.
O conjunto, casa e jardim, cativa a atenção dos visitantes e dá imensa beleza à construção.

No piso térreo podemos ver uma coleção de tabuleiros de xadrez.

Mesmo em frente, onde antes era a horta da habitação, está agora o Museu e Centro de Artes dedicado especialmente ao Naturalismo.

Estão expostas várias obras de José Malhoa. Retratos ou cenas típicas do universo rural muito abordado pelo pintor.

Um dos exemplos é Clara, “a minhota das Pupilas do Senhor Reitor” de Júlio Diniz que está a lavar roupa sob o olhar discreto de um homem.
Podemos ver ainda obras de, entre outros, Carlos Reis, Silva Porto e Abel Manta.
O acervo conta igualmente com esculturas de Simões de Almeida que incentivou Malhoa a descobrir Figueiró dos Vinhos.

Na vila uma outra pintura de José Malhoa que podemos ver é na igreja matriz e simboliza o Batismo de Cristo.

A pintura é de 1904 e está rodeada de talha dourada. A igreja está classificada como Monumento Nacional. A sua origem é muito antiga e um dos restauros foi no final do século XIX pelo arquitecto Luis Ernesto Reynaud que também deu forma à ultima versão do Casulo.

A casa foi acrescentada ao longo do tempo.
A primeira construção é de 1895 e “não passava de uma pequeníssima casa, retangular, apenas com uma divisão.” Conta ainda o filho do pintor Manuel Henrique Pinto que, nessa fase inicial, o atelier de José Malhoa “era uma barraca de colmo”.

E “de tão pequenino que aquilo era, o batizou com o nome de Casulo”.
Depois da morte do pintor a casa passou por vários donos, foi vendido em hasta publica, esteve degradado e foi adquirida pelo município de Figueiró dos Vinhos em 2008 que o classificou de interesse municipal e reabilitou o conjunto em 2013.

O Casulo de Malhoa em Figueiró dos Vinhos faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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