A cavaca é um doce tradicional onde domina a calda de açúcar. A textura permite que em algumas romarias na região de Viseu seja utilizado como recipiente para se beber vinho.
As cavacas tradicionais da região de Viseu são grandes, com um formato irregular e o ponto comum é serem arredondadas.
Diz o pasteleiro José Carlos Ferreira, da região de Viseu, afamado pela criatividade na pastelaria regional e interessado na relação da doçaria com as tradições, que as “cavacas são das mais antigas de Portugal.
É fabricada com azeite e sem forma. A cavaca tem a máxima liberdade no forno. Ela é que procura o seu formato. Daí ser irregular. Repare que nenhuma delas é igual.”
Na verdade, todas elas eram tortas, grandes e maiores do que um prato. No entanto, desempenha uma função relevante num ritual de convívio. “Antigamente nas romarias havia poucos copos de vidro. Num grupo deitavam o vinho dentro da cavaca, todos bebiam pela cavaca e quando chegava ao último, depois de beber, começava a comer a cavaca. Esta é a verdadeira história da cavaca de Viseu.”
José Carlos Ferreira explicou-nos que a cavaca ““como leva azeite fica mais sólida e mais natural e aguenta-se duas a três horas com o vinho”. Dá para muitos copos. “Ainda hoje se faz isso” e em algumas romarias José Carlos fabrica as cavacas com a forma de uma taça de vinho.
É frequente o ritual ser com vinho tinto ou vinho do Porto. O vinho amolece a cavaca e dá-lhe outro sabor.
A origem do doce é conventual e em muitos locais continua a ser produzida de forma artesanal. Os ingredientes são farinha, ovos, azeite e calda de açúcar.
Uma das versões mais conhecidas e tradicionais é a cavaca de Resende. É muito diferente das de Viseu. São vendidas em fatias, a textura é macia. De cor amarela e cobertura branca devido à calda de açúcar em ponto e farinha.
Beber pela cavaca faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
