São Pedro do Corval concentra o maior número de olarias em Portugal. São mais de vinte na pequena aldeia do concelho de Reguengos de Monsaraz. É uma sucessão de portas abertas com mostruário de cerâmica à beira da estrada.

O símbolo da olaria numa rotunda à entrada de S. Pedro do Corval
O símbolo da olaria numa rotunda à entrada de S. Pedro do Corval

O oleiro Joaquim Almeida Lagareiro diz que se trata de uma tradição muito antiga e que “na verdade nem sequer abemos a data em que começou. Já havia aqui barro muito bom para se fazerem peças como panelas, tachos e outras do género.”

Alguns dados apontam para que a olaria seja praticada em São Pedro do Corval há mais de um milénio.
A olaria Joaquim Lagareiro  tem na entrada do terreiro, junto à estrada, um cartaz a indicar que é uma olaria museu.

Olaria Joaquim Lagareiro – “museu”

“A gente diz que é um museu porque tem paredes e coisas antigas. Não é propriamente um museu, mas é quase. Vamos buscar coisas antigas para mostrar às pessoas que nos visitam.”

No interior encontramos divisões amplas, a meia luz, onde se pode ver maquinaria e centenas de peças à espera de serem pintadas.
Vive-se o ambiente de uma profissão que para Joaquim Lagareiro se tornou inevitável. “Isto vem da tradição do meu pai. Na altura fui obrigado a ser oleiro porque não tinha mais nada para fazer. Tive de aprender. Comecei a trabalhar aqui com 14 anos de idade.”

Joaquim Almeida Lagareiro

De certa forma, Joaquim Lagareiro acompanhou a evolução da produção da cerâmica nas últimas décadas em São Pedro do Corval e que é visível nas dezenas de peças em exposição no átrio. “A partir da década de 80 teve grande expansão. Pelo que dizem há ainda 24 olarias abertas.”

Continuam a produzir olaria tradicional, mas alargaram a oferta a peças com outros estilos. Com desenhos geométricos, alguns figurativos associados a peixes, ou cenas típicas do Alentejo com cores muito vivas.

“Antes pintava-se de uma maneira e agora é de outra. Com estilos modernos. A decoração antiga vende-se cada vez menos. Há mais procura de coisas modernas. Somos obrigados a acompanhar a evolução.”

São Pedro do Corval fica numa zona turística, entre Reguengos e Monsaraz e os turistas são clientes habituais. É um tipo de clientela que concentram a procura em algumas peças de cerâmica: “travessas, tijelas, pratos é o que tem mais procura. Vende-se muito para os turistas. Um dos motivos é porque eles não podem levar muito peso no avião.”

Joaquim Almeida Lagareiro queijava-se na altura que o negócio estava muito parado e que a maior parte da produção era por encomenda, “para norte a sul do país. Também exportamos para a Alemanha.”

Num espaço anexo à olaria estavam cerca de uma dezena de talhas. Algumas muito altas. Percebe-se que Joaquim Lagareiro tem algum encanto por elas. “Ninguém sabe o tempo das talhas. Não foram feitas apenas em São Pedro do Coval. A que está partida é daqui. O formato é diferente.
A última pessoa a fazer talhas foi o avô da minha mulher. Deste modo, já se pode ver há quantos anos não se fazem talhas aqui.”

Ele calcula que há talvez um século que se perdeu a tradição do fabrico de talhas. As grandes serviam para o vinho e as mais pequenas eram também utilizadas para azeite.

São Pedro do Corval – a terra da olaria
faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

2 Comments

  1. bom dia

    somos uma empresa de design interiores qeu gostariamos de colocar TALHA DE BARRO no hotel que estamos a fazer .

    os talhas teria de ter +/- 200cm de altura x +/-120cm largura .
    a quantidade +/- 25 unidades

    pode por favor me enviar preço urgente .

    com o smlehores cumprimentos

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