O Meimão é conhecido por dois motivos: a barragem e, no passado, pelo padre José Miguel.
O pároco do Meimão, durante mais de 25 anos, destacou-se pelos milhares de fiéis que foram à sua procura em busca de ajuda. A Meimão e depois ao Soito, a sua terra natal e onde faleceu, em 2001.
Dizem que foi autor de vários milagres. Ele garantia que não, que tinha apenas um dom inexplicável e tinha o hábito de dar uma moeda às pessoas. Quem as recebia ficava afilhado e ele padrinho.
O padre Miguel, para além desta faceta, teve também a preocupação de evitar o uso indevido de muitos achados arqueológicos na região.
Algum deste património foi dado a museus – caso da ara dedicada a Júpiter que foi doada ao Museu de Arqueologia e Arte do Seminário Maior do Porto – mas pouco ou nada do acervo ficou no Meimão.
No levantamento do património cultural há referências a vários sítios arqueológicos e possíveis achados.
Graças ainda ao padre Miguel –e à juventude da época – foi criado um magnífico miradouro – de Nossa Senhora do Pilar – no alto da serra de onde se pode ver Meimão escondida entre as serras e muito próxima de duas manchas de água enormes.
Esta estrada faz a ligação com a que vai para o Sabugal, tem muito pouco movimento e é um caminho excelente para quem gosta de fazer longas caminhadas.
A outra referência do Meimão: a barragem.
Faz parte do sistema de irrigação da Cova da Beira com um transvase entre a barragem do Sabugal e o Meimão.
A barragem tem uma extensão grande e funciona lindamente para: refrescar-se com um banho, fazer um piquenique ou uma caminhada até à Reserva da Serra da Malcata.
Três programas dedicados ao turismo de natureza e que podem ser feitos num dia, mas é pressa a mais.
Quem quiser dormir, tem bungalows disponíveis mas pode, por exemplo, pernoitar em Penamacor, que fica a cerca de 15 km.
Todo o espaço vive de uma relação muito profunda com a natureza.
A barragem está entre encostas, fortemente arborizadas e não há qualquer povoação nas proximidades.
No caminho vê-se apenas uma ou outra casa de pedra, provavelmente com finalidades agrícolas.
A única área urbanizada é a da praia fluvial, com parqueamento, bungalows e estruturas de apoio aos banhistas, construída em 2010.
Um cais permite a passagem das pessoas para uma piscina artificial e, do outro lado, uma língua de terra leva-nos para uma parte mais sossegada.
Nas encostas há outros pontos de acesso à água, nem todos precisam de ficar concentrados no mesmo local.
No lado oposto, no pontão, a vista para as serras é deslumbrante.
O olhar percorre a linha semicurva da barragem, por uma larga extensão. Cascalho a cair em volta do cimento e depois um manto verde de vegetação que se confunde no horizonte com o brilho do céu.
O azul intenso também se regista na vista para o interior da barragem, a partir do pontão, onde se tem uma noção mais exata da extensão de água.
Do outro lado, a serra da Malcata, toda florida na Primavera com as giestas e o rosmaninho.
O pontão é muito largo e, por vezes, é zona de passagem para quem faz passeios ou corridas a pé.
Do lado da Reserva da Malcata dificilmente encontra o Lince, mas pode desfrutar da paisagem e da magnífica natureza envolvente.
Nesta porta da Reserva há indicações sobre os roteiros e estruturas de apoio na Malcata.
Num salto ao Meimão, descobrimos, à entrada, alguns baldes ao lado de um poço de pedra, junto à estrada.
No meio do casario merece relevo a Igreja do Espírito Santo, em que se destaca um alpendre assente em cantaria de granito e o largo no centro da povoação.
Aqui está uma estátua em pedra, uma homenagem ao emigrante e ao lado, um palco, obra de uma comissão de festas, na zona de lazer e cultura.
Meimão faz parte do concelho de Penamacor e tinha registados 280 habitantes no Censos de 2011.
Meimão – o milagre da natureza contemporânea ao lado do Tejo faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
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