O Comboio da Poesia parte de Santa Apolónia, em Lisboa, todas as quarta-feira e sábados. Vai até à Casa da Poesia Eugénio de Andrade. Fica na Póvoa de Atalaia, ao lado de Castelo Novo, onde o Intercidades faz a paragem.

O comboio tem uma carruagem dedicada a Eugénio de Andrade e é fácil de identificar porque no exterior é dito que viaja pela poesia. No interior há poemas e várias referencias à vida e obra do poeta que nasceu e teve a sua infância no sopé da Gardunha.

Comboio da Poesia ©CP
Comboio da Poesia ©CP

A Câmara do Fundão e a CP promoveram a iniciativa do Comboio da Poesia que termina no final do ano e um dos objectivo é fazer descobrir as origens do poeta que nasceu em 1923 entre as mulheres vestidas de preto até à alma.

A casa onde José Fontinhas (o seu verdadeiro nome) viveu a infância foi recuperada.

Casa onde viveu Eugénio de Andrade
Casa onde viveu Eugénio de Andrade

Fica na Rua da Eira é uma habitação de pedra, térrea e em frente tem um espaço que é dedicado a Eugénio de Andrade. É um pequeno jardim com oliveiras, imagens de pessoas da Póvoa de Atalaia, as rendas locais chamadas de Lérias e alguns poemas.

Lugar da Casa
Lugar da Casa

Chamam-lhe o Lugar da Casa e faz parte de um roteiro, o Caminho Eugénio de Andrade, que passa ainda por casas de pedra com o balcão tradicional, a igreja matriz, caminhos rurais e linhas de água.

Mural no fontanário
Mural no fontanário

Neste roteiro vale a pena ainda passar em frente de uma fonte que tem uma mural onde está a imagem do poeta.
O percurso mais longo alcança os 5 km e demora cerca de uma hora a fazer.

Casa da Poesia
Casa da Poesia

O ponto de partida deste roteiro é a Casa da Poesia que foi inaugurada em Julho deste ano. Funciona numa antiga escola primária onde Eugénio de Andrade terá andado a estudar.

Poema de Eugénio de Andrade
Poema de Eugénio de Andrade

Podemos ver manuscritos, fotografias, um vídeo, os principais momentos da vida de Eugénio de Andrade.

Interior da Casa da Poesia
Interior da Casa da Poesia

Em exposição estão ainda alguns objectos pessoais como uma caneca, um par de sapatos e manuscritos.

Sapatos de Eugénio de Andrade
Sapatos de Eugénio de Andrade

Os visitantes podem ainda consultar no local livros de Eugénio de Andrade.
O intercidades regressa ao final da tarde e mesmo que o fim de Outono seja em Manhattan, do que Eugénio Vai falar é das oliveiras de Virgílio e de Póvoa de Atalaia
O intercidades regressa ao final da tarde mesmo que seja

Fim de Outono em Manhattan

Começo este poema em Manhattan
Mas é das oliveiras de Virgílio
e da Povoa de Atalaia que vou falar.
É às sombras das suas folhas
que os meus dias
cantam ainda ao sol
A sua canção vem do mar,
mas é com as cigarras e o trigo
maduro que aprendem a morre.
O ar debaixo dos seus ramos dança,
alheio à luz suja de Manhattan.

No Comboio da Poesia até à Casa da Poesia Eugénio Andrade faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.

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