Há muitos animais selvagens que sofrem acidentes, são envenenados, ficam debilitados com a seca ou feridos nos incêndios. Este ano o número disparou com a conjugação destes factores. Você pode dar uma ajuda e apadrinhar o regresso de um deles à natureza com uma visita ao Tejo Internacional.

Coruja das torres
Coruja das torres

Eu apadrinhei uma Coruja-das-torres (Tyto alba).

Alguns dos animais selvagens feridos ou em situação débil são recolhidos e tratados nos centros de recuperação. Em Castelo Branco há um, é o CERAS e é liderado pela Quercus.

É um centro de investigação e de estudo mas a função essencial é de hospital de animais selvagens (aqui pode ver a origem e o desenvolvimento do projecto).
Dos animais selvagens que dão entrada a grande maioria são aves: cerca de 80 %.

Águia imperial
Águia imperial

O ano ainda está longe do fim e o CERAS já tratou quase 300 animais.
Uns dias antes da minha visita foram tirar uma lontra de um poço. Os ribeiros secaram antes da acabar a primavera, muitos animais tiveram de andar quilómetros à procura de água e alimento e foi o caso desta lontra. Teve sorte porque esteve no poço menos de 24 horas e havia lagostins para se alimentar. Como não sofreu traumatismos foi de imediato devolvida ao seu meio natural.

Raposa com queimaduras
Raposa com queimaduras

Dias antes receberam uma raposa cheia de feridas e queimaduras dos incêndios no Pedrógão. Os voluntários e os estagiários de veterinária estavam satisfeitos porque a raposa estava muito melhor e ia iniciar o processo para o retorno à natureza.

A coruja vai iniciar processo de retorno à natureza
A coruja vai iniciar processo de retorno à natureza

A coruja-do-campo também teve boas notícias. Estava há uma semana no CERAS e já lhe iam dar 3 ratos para ela caçar. Se correspondesse à expectativa também regressava em breve ao seu meio natural.
No centro de Castelo Branco a taxa de recuperação de animais devolvidos à natureza é de cerca de 60%, um número que é dos mais altos em Portugal. Não é fácil tendo em conta os traumatismos e o facto de serem animais selvagens e ficarem algum tempo em cativeiro.

Primeira avaliação do bufo-real
Primeira avaliação do bufo-real

O bufo-real ainda não tinha o diagnóstico feito. Chegou dentro de uma caixa de papelão e a informação é que se tinha aleijado num cabo de electricidade, situação que é recorrente nas aves de rapina.

Algumas destas aves soferam danos irreversíveis
Algumas destas aves sofreram danos irreversíveis

Alguns dos animais recolhidos não conseguem retomar a sua vida normal mas podem ser úteis como reprodutores de espécies em extinção ou ensinarem crias abandonadas.

As que são devolvidas pelo Ceras passam por um ritual especial. Cada pessoa pode apadrinhar um animal, ajudar à sua recuperação e quando ele é devolvido ao seu meio ambiente, os padrinhos vão também patrocinar este momento especial.

Instalações do CERAS junto à Escola Superior Agrária de Castelo Branco
Instalações do CERAS junto à Escola Superior Agrária de Castelo Branco

O ritual é feito no habitat natural e o CERAS aproveita este momento para desenvolver uma acção de sensibilização convidando escolas, agricultores, caçadores … e aborda questões relacionadas com a ecologia, as espécies em risco e em especial a riqueza da fauna portuguesa que contém uma enorme diversidade. Em Portugal e Espanha há 80% da biodiversidade europeia.

Alguma destas espécies podem também ser observadas no Tejo Internacional. Há percursos marcados e a Quercus tem cerca de 600 hectares com estações de acolhimento que são visitáveis.

Caixa com o bufo-real quando chegou ao CERAS
Caixa com o bufo-real quando chegou ao CERAS

O que fazer quando se encontra um animal selvagem ferido:
A ajuda dos animais selvagens quando estão feridos ou em situações de grande fragilidade é um factor essencial para a sobrevivência e a devolução ao meio natural.. O primeira passo é comunicar às autoridades, por exemplo através do telefone 808 200 520, que é a Linha SOS Ambiente.
Deve-se permanecer junto do animal, não o tentar dominar, se possível tapar a cabeça com uma toalha ou um casaco e colocá-lo num lugar à sombra. Caso não seja possível esperar pelas autoridades e o transporte tenha de ser feito pela pessoa que o encontrou, além da cabeça tapada deve-se procurar envolver o animal com uma manta – mas ter algum cuidado – e, caso seja uma ave, colocá-lo numa caixa de papelão cujo tamanho corresponda ao do exemplar encontrado. Abrir orifícios para ventilação, não deixar no interior do veículo com muito calor e entregar às autoridades (GNR, PSP, ICNF) ou num posto de recuperação.
Aqui encontra informação mais detalhada.

O cágado também está pronto a regressar ao seu meio ambiente
O cágado também está pronto a regressar ao seu meio ambiente

Sou padrinho de uma coruja-das-torres faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.

Ver Roteiros no concelho de Castelo Branco

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