Penha Garcia é a aldeia lagarto da raia. Espraia-se ao longo de uma encosta enorme e fica ao sol todo o dia. Casas rebocadas de branco e outras de pedra em tom alaranjado na zona mais antiga.

Penha Garcia segue toda a encosta até à penha
Penha Garcia segue toda a encosta até à penha

Mesmo no alto da penha está o castelo que observa Espanha, Monsanto e Penamacor.
Do outro lado da encosta a paisagem muda radicalmente.

As escarpas, a barragem e os moinhos
As escarpas, a barragem e os moinhos

Escarpas enormes de quartzitos, um vale profundo, uma barragem que dita o caudal do Rio Ponsul e meia dúzia de casas de pedra. São quase todas moinhos de água e parecem minaturas vistas do castelo. Há poucas paisagens assim em toda esta região. Acresce que há cerca de 500 milhões de anos esta era uma zona oceânica e as rochas têm a marca desse tempo. Iconofósseis de organismos invertebrados.

Os caminhos para chegar ao fundo do vale estão marcados e Domingos Rodrigues está à sua espera.

Domingos Rodrigues
Domingos Rodrigues

Conforme ele diz é o “guardião dos fósseis” mas, é muito mais do que isso. Há 15 anos que toma conta dos moinhos, arranja os caminhos, as pontes de madeira, os muros e com muita frequência encontra pedras com fósseis. Quase todas as que estão em exposição numa das casas do vale foram descobertas por Domingos Rodrigues.

Fósseis
Fósseis

A casa museu tem ainda informação sobre os iconofósseis, os vários tipos e como se formaram.

Vista do vale com o rio e os moinhos e o dominio do xisto
Vista do vale com o rio e os moinhos e o dominio do xisto

A casa museu faz parte da Rota dos Fósseis e pertencia aos moleiros que viviam no vale com muitos moinhos.

Vista para os moinhos do lado da barragem
Vista para os moinhos do lado da barragem

Nesta altura continuam a funcionar 4 dos 24 moinhos que chegaram a existir. O último, “que era do ti Serrano”, esteve a trabalhar até 1978.
Os moleiros viviam aqui todo o ano, no meio das escarpas e o transporte da farinha era feito por animais.

Interior de um moinho
Interior de um moinho

Os moleiros viviam da “maquia”. Ficavam com uma percentagem da farinha que moíam. A quantidade de moleiros e a atividade que realizaram durante muito tempo deu fama a Penha Garcia como terra de bom pão que chega aos dia de hoje.

Queda de água do Rio Pônsul
Queda de água do Rio Pônsul

Foram as moagens industriais que acabaram com os moinhos de água. Caso tivesse continuado em atividade, hoje teriam uma dificuldade acrescida porque deixaram de semear trigo ou centeio).
A maior atividade é a visita de turistas. Há dias que chegam às dezenas e muitos são espanhóis. Penha Garcia está acerca de 15 da fronteira com Espanha.

Escaladas em escarpas de dezenas metros de altura
Escaladas em escarpas de dezenas metros de altura

Além dos moinhos e dos fósseis, há também gente que vem fazer escaladas nas escarpas gigantes. No Verão tem igualmente sucesso uma pequena praia fluvial.

Rua na aldeia de Penha Garcia
Rua na aldeia de Penha Garcia

Penha Garcia faz parte do Geoparque Naturtejo. No interior da aldeia alem do castelo tem ainda interesse visitar a igreja matriz, o núcleo museológico São Pedro de Alcântara, o pelourinho e ruas antigas, estreitas e com casas de pedra.

Homenagem ao 25 de Abril de 1974
Homenagem ao 25 de Abril de 1974

Há um monumento ao 25 de Abril que tem uma vista interessante para a encosta da aldeia e o vale até Idanha a Nova.
O “guardião dos fósseis” da aldeia lagarto faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, O “guardião dos fósseis” da aldeia lagarto, pode ouvir aqui.
Ver Roteiros pelo concelho de Idanha-a-Nova

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:
Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *