A comunidade judaica na Guarda acompanhou a evolução da cidade desde a sua fundação com o foral de D. Sancho I em 1199.
É por este motivo que a judiaria ocupa uma parte relevante da zona protegida pelas muralhas, junto a algumas das principais ruas do centro histórico.
É o caso da Rua Direita onde Maria Leal tem uma loja de antiguidades há cerca de 30 anos e conhece bem o bairro. Na altura dos judeus existiam portas de acesso ao bairro. A do Torreão, que já não existe, as Portas do Sol, que ainda têm os arcos, e as portas D’El Rei, um das principais acessos à cidade. Na altura as portas eram fechadas às 22h e eles ficavam aqui neste bairro.”
A convivência foi cordial com as outras comunidades. Só em meados do século XV se registaram protestos da comunidade cristã e algumas décadas depois foi a expulsão dos judeus decretada por D. Manuel I.
Pelo menos até esta altura a comunidade judaica desempenhou uma actividade relevante na Guarda. Até expandiu o bairro e algumas casas passaram a ter mais um piso. Muitas lojas eram oficinas ou espaços comerciais.
Curiosamente a judiaria da Guarda, em particular a Rua Direita, continua a ser uma zona comercial e preserva muito do comercio tradicional.
O bairro mantém algum património judaico. Verifica-se a herança das ruas estreitas e sinuosas, a arquitectura tradicional das casas e alguns símbolos cruciformes. Ao juntar-se a vivência especial de um centro histórico e a curiosidade despertada pelo comércio tradicional conjugam-se vários factores que seduzem os visitantes e fazem do bairro judeu um dos lugares mais procurados da cidade.
A comunidade judaica da Guarda chegou a ter quase um milhar de membros e foi uma das mais importantes em Portugal.
Judiaria e comércio tradicional seduzem visitantes na Guarda faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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