O Moinho de Maré do Cais está numa situação privilegiada no Montijo.

É a simbiose das artes que no passado eram determinantes no dia a dia da comunidade local – a pesca, os cereiais e o pão – e que agora se insere num espaço de lazer.

Vista para o Moinho
Vista para o Moinho

Os romanos trouxeram o moinho de água, de rodízio horizontal; os árabes a azenha, de roda vertical, mais potente, ambos movidos pela força da corrente de rios e ribeiros, que é preciso reter por meio de açudes e desviar por canais; as relações medievais com o Oriente divulgaram, no tempo das Cruzadas, o moinho de vento, hoje inseparável das colinas da orla marítima (….)
Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico; Orlando Ribeiro

Há algumas décadas atrás os cereais vinham em sacos transportados por burros. Nem sequer havia espaço para passar uma carroça. Agora não, há um caminho largo pedestre que nos leva a contemplar a bonita e serena frente ribeirinha do Montijo e o Moinho de Maré do Cais.

Hoje o moinho está inserido no espaço de lazer do Cais de Aldeia Galega
Hoje o moinho está inserido no espaço de lazer do Cais de Aldeia Galega

O edifício, de um só piso, está como que numa língua de terra. Na parte de trás vemos um lago.

Caldeira do moinho
Caldeira do moinho

É a caldeira onde se armazenava a água da maré cheia. Na parte da frente, na base da construção, vemos seis arcos que canalizavam a água para o rio na maré vazia.

Água a passar nos arcos na base do moinho @CM Montijo
Água a passar nos arcos na base do moinho @CM Montijo

A força hídrica fazia mover os cinco rodízios.
A engrenagem foi reconstruída pelo município do Montijo em 2006 e está pronta a funcionar.

Parte da caldeira do moinhoJorge Couves e a mulher foram pescadores e recordam-se do moleiro e da rotina do moinho. Do transporte dos cereiais ser feito por burros.  Assistiram ao declínio. “Com o passar do tempo e com novas tecnologias a farinha começou a ser feita noutros locais e o moinho ficou ao abandono.

Estuário do Tejo
Estuário do Tejo

Alguns pescadores colocavam lá as redes e outros materiais de pesca.
O moinho deixou de funcionar em 1962 e após ser recuperado pela Câmara do Montijo pode ser visitado.

Interior do moinho @CM Montijo
Interior do moinho @CM Montijo

No interior vemos as quatro mós, a forma como a força da água fazia movimentar os rodízios.

Cruz da Ordem de Santiago na ombreira da porta do Moinho
Cruz da Ordem de Santiago na ombreira da porta do Moinho

A origem do moinho da Aldeia Galega ou do Montijo tem data incerta. O primeiro registo é do século XVII e terá sido obra dos templários conforme prova a cruz da Ordem de Santiago que está inscrita junto à porta de entrada.
site_moinho_cais_DSCF8234Moinho de Maré do Cais no Montijo faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

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