A Quinta dos Roques é uma das mais conhecidas da zona do Dão e tem a particularidade de a visita poder ser realizada em duas propriedades com características distintas.
Uma é a Quinta dos Roques que fica no concelho de Mangualde, a meio caminho de Nelas. Tem 35 hectares mas, como é tradicional no Dão, são pequenas parcelas de vinha escondidas entre o pinhal ou olival. A vinha maior tem três hectares.
A outra vinha fica a 40 quilómetros, em São Paio de Gouveia e tem uma área de 25 hectares. Fica no sopé da Serra da Estrela e tem uma paisagem muito bonita. Por outro lado, está rodeada de maias e fica de cor amarela em Maio. Devido a esta particularidade designaram-na de Quinta das Maias.
A Quinta dos Roques já vai nas terceira geração como projecto vitivinícola e desde cedo na plantação de uma só casta.
Os visitantes podem, assim, ver vinhas tradicionais e mais modernas.
A visita começa na adega onde se acompanha todo o processo produtivo. Depois o percurso é nas vinhas tradicionais com várias castas misturadas e nas mais modernas com uma só variedade. A visita termina na sala das provas. O habitual é haver cinco provas, de brancos e tintos, que são uma mostra dos vinhos do Dão.
Para quem está mais envolvido no mundo dos vinhos há provas temáticas.
A Quinta dos Roques tem vinho da mesma casta produzidos nos últimos 20 anos. José Lourenço, que pertence à geração mais nova da família proprietária refere que se trata de uma prova interessante para especialistas porque permite ver como se comporta uma casta ao longo do tempo.
Há também a possibilidade de a prova ser de vinhos produzidos no mesmo ano por cada casta.
As provas realizam-se numa casa que está rodeada de vinha, em frente da adega. O bisavô de José Lourenço tinha uma relação muito próxima com as pessoas das aldeias vizinhas e com os trabalhadores e decidiu construir um abrigo de granito em cada vinha. Servia para refugio em caso de mau tempo, para refeições e descansarem um pouco.
O edifício foi recuperado e adaptado para as provas de vinho.
Mesmo em frente há uma vinha e no inicio de várias filas de parreiras estão plantadas roseiras. As roseiras são mais sensíveis e dão o alarme no caso de haver algum problema a afectar s plantas, designadamente o míldio.
As visitas são acompanhadas por um membro da família ou pelo enólogo residente. Para grupos maiores há também a possibilidade de participarem na vindima.
A Quinta dos Roques produz seis castas brancas (com predominância para o Encruzado, Malvasia Fina, Bical e Cercial) e seis castas tinto (Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro, Tinta Roriz, Tinto Cão e Rufete).
O projecto vitivinícola começou com o avô que procurou mudar de uma agricultura de subsistência para a vinha e o vinho de modo profissional.
Em 1989 estava criada a empresa e a adega foi construída nesta altura. Mantinham a tradição de ter diversas castas na mesma vinha e de a mistura também ser feita na adega. Este processo foi alterado com o pai de José Lourenço que decidiu avançar para vinhas modernas, com parcelas separadas por casta. Deste modo percebe-se mais facilmente as características de cada casta e de que forma podem conjugar-se num lote de vinho. Não só se consegue uma qualidade muito superior como é um factor de diferenciação no mercado internacional muito competitivo e exigente.
A Quinta dos Roques exporta para 25 países e o Canadá é o principal mercado, seguindo-se depois o Japão.
A vindima na Quinta dos Roques faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
A emissão deste episódio, A vindima na Quinta dos Roques, pode ouvir aqui.
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