Gondramaz é uma pequena aldeia de xisto a meio de encosta da serra da Lousã. Foi toda renovada e está rodeada de árvores.

Encanta os visitantes devido à sua simplicidade. Na verdade é uma rua rodeada de casas pequenas que desce a serra e por vezes se desdobra em pequenas ruelas.

O fim de Gondramaz
O fim de Gondramaz

O caminho termina com um restaurante e uma piscina. Tudo o resto é xisto. De tom amarelo e um pouco diferente das restantes aldeias da Lousã.

Capela de N. Senhora da Conceição rebocada
Capela de N. Senhora da Conceição rebocada

Só a capelinha de N. Senhora da Conceição tem uma cor diferente porque está rebocada de branco.
Quando se chega temos as boas-vindas com um poema de Miguel Torga e ficamos logo com a percepção do reduzido tamanho da aldeia. Talvez duas a três dezenas de casas alinhadas ao lado da rua que começa na eira onde alguns residentes costumam conversar.

A rua que estrutura a aldeia
A rua que estrutura a aldeia

A rua tem plantas e há vasos com flores em várias janelas o que acrescenta um ambiente natural e genuíno. As casas foram quase todas arranjadas seguindo as normas camarárias para manter a traça original. Foi assim que José Dias reconstruiu uma casa que era dos pais.

É muito belo o enquadramento natural
É muito belo o enquadramento natural

A rua que passa ao lado era de pedras e costumavam colocar mato para passarem os carros de bois. Depois os próprios habitantes terraplanaram o caminho e mais recentemente foi arranjada.

Quase todas as casas foram reconstruídas e a aldeia tem os equipamentos essenciais
Quase todas as casas foram reconstruídas e a aldeia tem os equipamentos essenciais

“Temos esgotos, água canalizada, temos tudo” Outra recordação era a ida diária para a escola que ficava a 8km e faziam o caminho a pé. “Ia com os meus irmãos. Todos os dias. Ida e volta era um dia inteiro. Era assim a vida que acabava por ser engraçada e a aldeia tinha 40 a 50 residentes”.

Há alojamento local, um restaurante e artesanato
Há alojamento local, um restaurante e artesanato

Actualmente residem em permanência sete pessoas e quase sempre há mais gente na aldeia porque ganhou novos habitantes. Pessoas de outros lugares que compraram e requalificaram casas. A única dificuldade é conseguir ter rede nos telemóveis o que os preocupa no caso de uma urgência.

José Dia e a mulher à entrada de Gondramaz
José Dia e a mulher à entrada de Gondramaz

José Dias tem uma pequena horta em frente da casa, “mais para entreter” e não se preocupa muito com o isolamento. “Vive-se bem. Noutros tempos tinha muita gente. Chegámos a ter 300 cabeças de gado. Os que tinham 30 iam com o rebanho três dias. Os que tinham dez iam um dia. Quem tinha 15 levava o rebanho durante dois dias e na rodada seguinte só levava um dia. Isto era engraçado. Não havia castanheiros. As plantações eram mais de centeio e batata. Chegaram a ter 20 juntas de boi para ajudar na lavoura. Os cereais desapareceram. Abundam castanheiros, carvalhos, azevinho e pinheiro.

A aldeia ainda preserva alguns espaços de uso comum
A aldeia ainda preserva alguns espaços de uso comum

A zona envolvente de Gondramaz pode ser descoberta com percursos pedestres ou de bicicleta todo o terreno.
Gondramaz está a 9km de Miranda do Corvo que é a sede de concelho. É uma das aldeias de xisto com melhores acessibilidades.
O xisto amarelo e genuíno de Gondramaz faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.

Roteiros pelas Aldeias de Xisto

O Vou Ali e Já Venho tem o apoio:Af_Identidade_CMYK_AssoMutualistaAssinaturaBranco_Baixo

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