Idanha-a-Velha faz parte da rede de Aldeias Históricas de Portugal e, na verdade, é uma aldeia museu.
Fundada um século antes de Cristo, Idanha-a-Velha já foi uma grande cidade, até sede episcopal e por lá passaram romanos, suevos, visigodos, muçulmanos e cristãos.
Foi repetidas vezes conquistada e reconquistada.
Do apogeu passou à decadência, tendo até na última década deixado de ser freguesia autónoma, passando a partilhar a gestão da freguesia com Monsanto.
No Censos de 2011 registava apenas 63 habitantes.
Do património histórico destaca-se a torre templária, a ponte romana, a muralha, o pelourinho e as ruínas romanas.
Uma outra história fascinante de Idanha-a-Velha é a da Casa de Marrocos, que fica mesmo em frente às ruínas.
Foi mandada construir pelo último morgado de Idanha a Velha, António Marrocos, em meados do século passado.
Segundo se conta, o senhor todo poderoso, dono de um latifúndio, ficou com o seu orgulho ferido por a namorada de um dos filhos, chegada de Lisboa, ficar decepcionada com a habitação modesta onde viviam, na Granja.
Mandou então construir uma casa grande, apalaçada, na sua propriedade em Idanha-a-Velha.
Contratou um arquitecto italiano e um dos mais reputados artistas de esculpir pedra, Domingos Cartola, que durante mais de 30 anos, todos os dias, percorreu de bicicleta a estrada de Medelim a Idanha-a-Velha.
O morgado morreu em 1957 e, ao cabo de mais de 30 anos, o filho, Frederico Capelo Manzarra Franco, suspendeu a sua construção. A Casa não chegou a ser acabada.
Hoje é ainda possível observar um fantástico trabalho de pedra esculpida, que percorre toda a casa, com entrelaçados graníticos decorando varandas e o muro.
No interior existe uma escadaria circular em pedra. No pátio, uma outra, longa e toda trabalhada em pedra de granito.
Cada segmento foi esculpido a partir de um bloco de granito. António Marrocos exigia que quem partisse uma das peças ou estragasse o entrelaçado, pagasse a pedra.
O morgado também ficou conhecido por exigir aos seus empregados, quase toda a população das aldeias de Idanha-a-Velha e Alcafozes, que tirassem o chapéu mal ouvissem ao longe o roncar do motor do seu carro, o único na freguesia. Havia um outro em Medelim, da família Avelar, e pouco mais.
Muitos habitantes de Idanha que acompanharam, ao longo de décadas, o desenrolar da construção nunca chegaram a ter a possibildade de conhecer a Casa por dentro.
Somente este ano, aquando da limpeza que foi realizada, foi possível a algumas pessoas observar o interior.
A edifício foi comprado pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e, em fevereiro deste ano, foi firmado um protocolo para a requalificação e aproveitamento turístico da Casa Marrocos tendo como suporte o Programa Revive.
Idanha-a-Velha fica a cerca de 20km da sede de concelho, Idanha-a-Nova.
Na aldeia há um restaurante que serve pratos tradicionais mas tem de ser feita a reserva.
Os alojamentos mais próximos ficam em Medelim e Monsanto.
Idanha-a-Velha ‘Revive’ a Casa Marrocos faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
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