A Concatedral de Miranda do Douro é um edifício enorme tendo em conta o centro histórico da cidade.
A robustez e a frieza da pedra dão-lhe um ar rude e sóbrio que é apenas quebrado pela decoração no interior. É uma igreja salão com as três naves praticamente com a mesma altura e está repleto de trabalhos em talha dourada e figuras em altares.
Uma das que se destaca é o Menino Jesus da Cartolinha que recebe as graças dos populares. São muitas e diversas as oferendas. Camisas, sapatos, chapéus, vestidos, meias, bonés….
Quando entramos as colunas encaminham o olhar para o retábulo-mor que reveste toda a parede traseira. A obra foi terminada apenas em 1641 e é da autoria do mestre galego Gregório Fernandez.
Os motivos são florais e surgem em destaque várias figuras religiosas em alto-relevo. Em baixo está o enorme cadeiral dos cónegos também decorado com talha dourada.
Vários candeeiros suspensos no tecto ajudam a luz natural e o brilho revela o esplendor que quiseram atribuir ao templo que se desejava ser elevado a Sé Catedral.
Tem uma história longa. Como diz António Rodrigues Mourinho, investigador e antigo diretor do museu e da Catedral, “começa em 1552 com a primeira pedra e só termina, assim como está, no século XVIII.
É um templo magnifico. Está cheio de riqueza cultural, artística, etnográfica e religiosa. É o nosso símbolo principal. A catedral e a Capa de Honras.
Temos ainda os pauliteiros, as nossas danças, os nossos cantares e a língua.”
O objetivo era impressionar o rei para ser escolhida como Sé do Nordeste Transmontano, libertando-se a região da distante arquidiocese de Braga.
Partilhavam a mesma ambição com Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta. D. João III acabou por corresponder às aspirações de Miranda.
Miranda do Douro foi assim elevada a cidade e reunia clérigos e representantes da Coroa.
No entanto, não tinham o poder suficiente para evitar ocupações pelos espanhóis como sucedeu no inicio do século XVIII. Este terá sido o principio do fim da sede episcopal em Miranda do Douro.
O receio levou bispos e cónegos para Bragança, mais distante da fronteira e no presente partilham a diocese.
A Concatedral de Miranda do Douro está classificada como Monumento Nacional.
Concatedral de Miranda do Douro faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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