Belmonte, a terra natal de Pedro Álvares Cabral, evoca em vários lugares da vila o descobridor do Brasil. Um deles é o panteão dos Cabrais, ao lado da capela da família e do castelo. No entanto, a terra dos Cabrais evoca o descobridor do Brasil em mais espaços.
Na rua principal está uma estátua de uma dimensão considerável de Pedro Álvares Cabral. Foi inaugurada em 1963 pelo presidente brasileiro Juscelino Kubitschek. Assente numa base de pedra onde está escrito o seu nome, Pedro Álvares Cabral segura um astrolábio, uma espada e uma cruz. A zona envolvente é com plantas, é antecedida de desenhos de uma caravela e de astrolábios em calçada portuguesa.
Seguindo pela mesma rua vamos dar ao solar dos Cabrais. Foi construído no século XVIII e é um edifício em granito com uma dimensão considerável, tendo em conta a arquitetura de Belmonte. Foi a “segunda residência dos Cabrais. Sabemos que foi o castelo que acolheu a família e onde Pedro Álvares Cabral viveu até cerca dos 12 anos de idade, altura em que terá partido para Lisboa”. Diz ainda Filipa Reis, do Turismo de Belmonte que , “mais tarde o castelo sofreu um violento incêndio e não sendo possível recuperar a parte habitacional, a família Cabral mudou-se para o solar”.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=pZEoVaPfsmg]
O edifício ficou conhecido como Solar dos Cabrais e hoje é onde funciona a Biblioteca e o Arquivo Municipal. No jardim foi construído o Museu dos Descobrimentos. Filipa Reis salienta que se trata de “um museu interativo. Retrata a viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. É uma homenagem que fazemos a Pedro Álvares Cabral, um filho da terra“ . O objetivo é que “os nossos visitantes possam fazer a mesma viagem que ele fez até ao Brasil. Defrontam-se com algumas das mesmas adversidades, monstros marinhos… mas vão conseguir chegar. Vão ter à espera os índios, o povo que já habitava aquela terra, e depois têm oportunidade de conhecer melhor o povo brasileiro, a sua natureza, a sua identidade e também a música, a palavra, produtos…. Também não podemos deixar de mostrar uma perspetiva menos positiva de uma época áurea dos descobrimentos portugueses que é a escravatura.”
Uma das salas é em madeira e tem a configuração do interior de uma nau. Ao lado estão réplicas de alguns objetos que seriam transportados, essencialmente para conservação de alimentos. Em vários locais há computadores que ilustram o percurso e as várias narrativas da viagem.
Encontramos também a reprodução de vários documentos, como por exemplo a carta de Pêro Vaz de Caminha considerado o primeiro registo ocidental da história do Brasil. “E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topámos aves, a que chamam fura-buchos. E neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz.”
Tal como sucede no panteão também o museu é local de visita de brasileiros. “Sim, cada vez mais. Muitos emocionam-se e saem daqui com a lágrima no canto do olho. Agradecem-nos imenso esta homenagem, sentem-se em casa e dizem que vão voltar e falar aos familiares e amigos para visitarem Belmonte e os espaços museológicos.”
Museu dos Descobrimentos em Belmonte faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
O Vou Ali e Já Venho tem o apoio: