Rios que correm para Norte juntam-se em Soure e ganham força até à confluência com o Mondego. A mesma função teve o castelo que pertencia à linha de defesa de Coimbra.
Os rios Anços e Arunca mostram maior resistência e, por vezes, maior rebeldia ao controlo dos homens com inundações em áreas habitadas e estradas.
Soure fica escondida a sul do rio Mondego e a visita implica um pequeno desvio das principais vias de comunicação. Quem ainda não o fez fica a perder algumas situações invulgares.
A primeira é o castelo. A sua origem é do século XI, para proteger Coimbra, mas tem a localização pouco comum ao ter sido construído numa zona plana. O castelo é pequeno. Das quatro torres restam duas. Uma foi dinamitada há pouco mais de um século, antes que caísse, porque estava em ruínas.
A dinamite também explica a força necessária para desmoronar as paredes grossas.
São visíveis algumas intervenções realizadas no castelo quando passou a ter a função de residência. É o caso das janelas abertas numa das torres.
O próprio castelo faz paredes meias com outras habitações e em frente tem achados arqueológicos da antiga igreja de Nossa Senhora da Finisterra. A fortificação está classificada como Monumento Nacional.
Admite-se que a sua construção nesta zona plana de Soure tenha a ver com a proximidade da confluência de dois rios. O rio Anços e o Arunca têm também a particularidade de serem dos pouco rios em Portugal que correm para Norte. Os outros são o Côa, o Sado e o Mira.
O que passa mais próximo do castelo é o rio Anços. “Está açudado mais à frente e é por isso que está cheio. Mas mesmo que abrissem as comportas tem sempre muita água porque o nascente é boa. Nunca falha”.
O mesmo já não se passa com o Arunca, nas palavras de José Gonçalves que todos os dias faz aqui um passeio. No Anços por vezes andam de barco e as crianças aproveitam para nadar. O Arunca é mais aproveitado para a pesca.
O parque envolve os dois rios. É uma zona muito arborizada com estruturas para toda a família e é um espaço muito agradável.
Próximo da ponte onde se juntam os dois rios há uma azenha. A roda metálica ainda é movida pela água e toda a zona tem muitos patos que andam por aqui todo o ano.
Do alto da ponte temos uma boa perspetiva dos dois rios e da fusão logo a seguir em direção ao Mondego.
A ponte leva-nos ao centro da vila onde é obrigatório visitar a Igreja Matriz e a fachada dos Paços do Concelho. O edifico da Câmara é revivalista.
É de estilo Manuelino e foi construído no início do século XX. Além da habitual esfera armilar, no topo da entrada do edifício, tem ainda muitos janelas duplas rendilhadas.
A confluência de Soure faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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