Em toda a Europa as únicas plantações de chá com produção industrial estão localizadas na ilha de S. Miguel, no concelho da Ribeira Grande.
Há famílias que têm pequenas plantações. Para venda em grandes quantidades e para exportação encontramos apenas as fábricas de chá Porto Formoso e a Gorreana.
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Muitas áreas estão cobertas de lençóis verdes em direção ao mar. Lençóis verdes com riscas escuras.
São os carreiros por onde passam os homens que tratam das plantas (camélia sinensis )e que até Setembro, fazem a colheita com o corte de algumas das folhas de chá.
Ao lado da fábrica Gorreana vemos várias plantações. Esta é a única fábrica que tem o cultivo permanente de chá desde a sua introdução nos Açores no inicio do século XIX.
Foi na sequencia de uma praga que devastou as laranjeiras, fonte importante de rendimento no arquipélago conforme é explicado à entrada da fábrica num pequeno anfiteatro com várias fotografias e um vídeo.
Segundo a mesma introdução a cultura do chá procurava impulsionar a economia local e foram contratados dois especialistas chineses
Nesta fase foram criadas 14 fábricas na ilha de S. Miguel.
A Gorreana foi inaugurada em 1883. Está nas mãos da mesma família há várias gerações e esteve sempre em actividade ao contrário da quase totalidade que teve de fechar as portas.
Um dos motivos deve-se aos custos de energia que na Gorreana foram superados com a produção hidroeléctrica a partir de um curso de água próximo da fábrica. Ainda hoje é assim.
A própria produção baseia-se em técnicas tradicionais e a visita à fábrica revela também muita maquinaria que continua a laborar e que tem mais de um século.
Vemos secadoras, roldanas, postos de secagem e dois cilindros metálicos que desempenham um papel fundamental porque enrolam as folhas do chá e obrigam à extracção da seiva.
A actividade da fábrica exige também muita mão de obra. Depois de enroladas e secas as folhas do chá são seleccionadas. Cinco mulheres faziam este trabalho na altura em que passei na sala grande que junta também a área de embalagem.
Sentadas próximo de uma máquina de há setenta anos faz as saquetas de chá num movimento sonoro e repetitivo. Tal como as mulheres que repetem os movimentos com as mãos a selecionarem o chá que se encontra num monte no centro da mesa. Separam as folhas e tiram pequenos paus que escaparam ao enrolador.
A visita, como seria de esperar, passa também pela prova do chá, preto ou verde, e de algumas doçarias açorianas onde se incluem os bolos de chá verde.
A fábrica de chá Porto Formoso vai agora fazer um século e esteve fechada durante quase duas décadas. Reabriu em 1998 e tem visitas guiadas. Recentemente lançou o primeiro chá biológico europeu com produção regular. Todas as primaveras fazem a recriação da colheita do chá com cerca de uma centena de pessoas vestidas com trajes tradicionais.
Este programa contou com ajuda à produção da Ilha Verde Rent a Car
O chá dos Açores e único na Europa faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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