A praia de Mira é uma das melhores e maiores de Portugal e é a única em todo o Mundo com Bandeira Azul desde a sua atribuição, há mais de 30 anos. Mira é também uma praia com a tradição da arte xávega.
Há mais de 30 anos que o imenso areal de mais de 7km da Praia de Mira recebe consecutivamente o galardão de Bandeira Azul.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=jVdGLMJieoQ&w=700&h=395]
A qualidade da praia revela-se também na beleza das dunas e do amplo areal entre o mar e a marginal que é romântica no Inverno e frenética no Verão devido aos turistas, em particular ao fim de semana.
Num dos pontos mais altos da praia estão dois ícones de Mira. Uma enorme estátua dedicada aos pescadores e a lado a bonita igreja da Nossa Senhora da Conceição que data de 1843.
De madeira, tal como os antigos palheiros que eram as casas dos pescadores e o lugar de arrumação dos utensílios da faina da pesca.
A igreja está pintada de azul e branco e o interior é sóbrio e sereno para acalmar as preces antes da ida dos homens para o mar.
Mira tem uma forte vocação marítima e uma das artes mais tradicionais tem lugar no areal e é um postal ilustrado para os visitantes: a arte Xávega.
Os barcos chamados de “meia lua”, rasos para escorregarem na areia, lançam as redes de cerco e nos extremos têm cordas com bóias. Um dos cabos fica em terra. A rede é estendida em alto mar, no centro está um saco de rede e o barco traz a outra ponta.
As cordas são puxadas por tratores e até há poucos anos atrás era por juntas de bois. Como dizem os locais, este processo por arrasto “é pescar ao cerco e alar para terra”.
As redes são abertas no areal e os visitantes podem acompanhar de perto todo o processo. Podem ver em detalhe o pescado que é retirado do meio da rede no areal. A maioria são sardinhas e petingas. Há também muitos robalos e algumas raias.
Ainda há três grupos de pescadores que praticam a arte Xávega na Praia de Mira e todas as manhãs, no testemunho de Joana Sousa, ficamos a saber quando os homens vão ao mar: o arrais de cada grupo vai de madrugada ver o mar e se verificar que há condições para a pesca lança um numero determinado de foguetes. Cada grupo tem um número. Quem dorme na Praia de Mira já se habituou a ouvir os sons por volta das seis da manhã e ficam a saber que os homens vão ao mar.
Próximo da igreja estão alguns estaleiros com os barcos e os utensílios da pesca.
Muitos destes instrumentos e o dia a dia da comunidade piscatória da Praia de Mira está recriado no Museu Etnográfico onde Joana Sousa foi a nossa anfitriã.
No museu é possível ver como era a casa de um pescador, os trajes, os utensílios para a pesca ou as esteiras onde dormiam quando aguardavam a chamada para o mar.
A cultura das gentes da Praia de Mira está ali refletida com costumes e objetos que chegam ainda aos dias de hoje.
O Museu é uma casa de madeira escura e com janelas e portas brancas. Está ao lado da barrinha, uma lagoa de água doce rodeada de espaços verdes e zonas de lazer.
A barrinha ainda tem uma grande extensão e leva-nos para o pinhal e para o universo da Gândara que tem uma cultura muito própria e que envolve vários concelhos. Na vila de Mira há o Museu do Território da Gândara que espelha o património cultural e natural desta região. O Museu está numa antiga escola primária e tal como sucede com o Museu Etnográfico da Praia de Mira os objetos expostos foram cedidos pela população local.
A melhor praia do Mundo é a de Mira faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
O Vou Ali e Já Venho tem o apoio: