A mina do Lousal é um dos mais relevantes patrimónios industriais em Portugal e é aproveitada para divulgação científica de uma forma muito apelativa. É uma viagem prática que vai do fundo da terra à transformação dos minerais e à sua utilização no nosso dia a dia.
Nas palavras de Margarida Oliveira, coordenadora do património de Geologia, o Centro Ciência Viva do Lousal “é um museu de ciência interativa onde se podem explorar diversas área da Ciência, nunca esquecendo os elementos patrimoniais que compõem este museu”.
Experimentamos andar numa galeria subterrânea da antiga mina e aprendemos no Centro Ciência Viva como a nossa vida está moldada pelos recursos naturais. “Privilegia-se a exploração mineira, devido ao contexto do museu, mas temos módulos interativos de outras áreas associadas.”
As instalações do Centro são em pavilhões antigos e amplos da mina, cuja atividade terminou há 30 anos.
Uma das primeiras salas desperta de imediato a atenção com as carroçarias de quatro automóveis pendurados numa parede.
O módulo designa-se “Sem terra não há carochas” porque os carros são os vulgarmente designados carochas. Constatamos como uma grande diversidade de recursos naturais formam componentes de um objeto que faz parte do nosso quotidiano: “as areias para os vidros, o petróleo e derivados para tintas e borrachas…”
Um outro espaço amplo e muito interessante é o Banho de Ciência. “Tem este nome porque aproveita o balneário onde os mineiros tomavam banho no regresso de um dia de trabalho. Os módulos interativos estão dentro dos duches”
Como está escrito num painel, podemos ver os chuveiros que, agora, em vez de água têm luz, ciência e tecnologia.
No centro há um bonito lavatório metálico com seis torneiras que partilha a atenção com amostras de minérios.
Os mais novos têm um pavilhão para saber quanta Ciência há em casa. Na sala, na casa de banho, como se obtém e funciona o gás natural que aquece a água e muitas outras interações.
Há também a recriação para crianças do trabalho de mineiro. É o mineirinho.
Seguramente os mais idosos têm outra preferência. É o Museu do Mineiro, a antiga central elétrica. No interior tem muitos e enormes geradores. “Esta central termoelétrica permitiu que o Lousal tivesse autonomia energética até muito tarde. O quadro elétrico funcionou depois do encerramento da mina porque foi um posto de transformação da EDP, quando montou a rede elétrica o Lousal.”
A área museológica da mina estende-se depois a céu aberto. Destacam-se de imediato as paredes do enorme edifício da britagem onde o minério era triturado.
Podemos ainda ver duas lagoas na corta da mina . Uma de cor verde outra vermelha, com águas ácidas. É aqui, na parte sul da mina que está a , com extensão de 300 metros e profundidade de 30 metros e que é visitável. Foi a primeira galeria a ser explorada, desde 1900, logo no início da concessão mineira.
Tendo em conta os condicionalismos resultantes da pandemia o Centro Ciência Viva do Lousal recomenda um contacto prévio à visita.
Uma mina de descobertas no Centro Ciência Viva do Lousal faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.