O Centro Ciência Viva do Alviela tem como objetivo a divulgação científica e educação ambiental.
Oferece um atraente programa que combina o prazer da descoberta com passeios no exterior, como por exemplo, um banho na praia fluvial dos Olhos de Água, imediatamente após a nascente do rio Alviela.

O Centro Ciência Viva do Alviela está num lugar fascinante, rodeado de um vasto património natural que dificulta a escolha por onde começar.
Paula Robalo, diretora do Centro de Ciência Viva do Alviela, destaca a envolvência da “maior nascente cársica de Portugal, do Alviela.

Estamos num carso, uma zona típica, onde abundam grutas. Temos um importante abrigo maternidade de morcegos, na Lapa da Canada. Temos ainda o rio Alviela.
São estes os três temas abordados nas nossas exposições. Água, o carso e os morcegos.”

Os morcegos têm uma sala de exposições com vasta documentação sobre as espécies locais.
Material multimédia como vídeo, fotos e gráficos ajudam-nos a perceber a vida dos morcegos, a forma como desenvolveram as suas capacidades e também os preconceitos que ao longo de séculos nós fomos criando em relação às várias espécies.

À gruta maternidade próximo do Centro de Ciência Viva, “todos os anos, de Abril a Setembro, cerca de 5 mil morcegos vêm aqui para terem as crias. Existem nestas grutas 12 das 28 espécies de morcegos existentes no nosso país. Nove delas estão em perigo de extinção.”
Este é um dos motivos porque o fascínio da descoberta é acompanhado de “sensibilização para a proteção dos morcegos tendo em conta a sua importância nos ecossistemas.”

O centro é também designado como Carsoscópio, um nome que deriva de carso, um território com elevações calcárias, como é o caso das serras de Aires e Candeeiros.
Nestas regiões praticamente não há rios, a água infiltra-se no solo com facilidade e forma reservatórios de água doce. Uma das três exposições interativas mostra este processo.

“Podemos ver todo o circuito subterrâneo da água em 3D. Temos maquetes que nos permitem visualizar o percurso que a água efetua no Maciço Calcário Estremenho, nesta zona onde nos encontramos.” A demonstração revela igualmente como facilmente se pode poluir o “um tesouro, o maior reservatório de água doce que existe em Portugal.  É um aquífero muito grande e sensibilizamos as pessoas para o proteger.”

Uma das formas mais interessantes de se perceber a necessidade de salvaguarda do ambiente é o deslumbramento no exterior, na zona envolvente. “Tudo o que é explicado aqui dentro pode ser visualizado no exterior. Estamos na praia fluvial dos Olhos de Água do Alviela. É um lugar maravilhoso e convido toda a gente a visitar.

Estamos ao lado da maior nascente cársica que tem o seu esplendor quando chove. Temos ainda o percurso interpretativo da nascente dos Olhos de Água onde podemos ver a Lapa da Canada, onde está o abrigo maternidade. Temos colocadas câmara de infravermelhos e que transmitem para a web a vida dos morcegos dentro da gruta.”

Para quem tem mais interesse nos morcegos pode aproveitar uma das iniciativas no Verão, a Noite dos Morcegos. Para os mais novos, no âmbito das atividades escolares, como o Centro tem alojamento, permite uma experiência mais prolongada.

Uma das experiencias é tomar banho na praia fluvial, logo depois da nascente. “É também uma grande sala de aula. Não é apenas o rio. É tudo o que existe nas margens. A fauna e a flora existente é uma sala de aula espetacular.” O programa para as escolas pode chegar a uma semana.

Para quem gosta de sensações mais fortes o Centro de Ciência Viva do Alviela disponibiliza um simulador de realidade virtual com uma plataforma para 16 pessoas que fazem uma viagem no tempo.

Paula Robalo, diretora do Centro CIência Viva do Alviela

O Geómetro “faz uma viagem de 175 milhões de anos, na altura em que os dinossáurios andavam aqui no Maciço Calcário Estremenho. Mostra ainda como as alterações climáticas modelaram toda esta região e que nos permitem em algumas zonas, como por exemplo no Cabeço da Ladeira, ver elementos fósseis marinhos.”

Igualmente interessante é a visita à nascente do rio Alviela. Numa pequena ponte vemos a água a surgir de um vale profundo e estreito, entre enormes escarpas calcárias.
O fluxo de água pode atingir 30 metros cúbicos por segundo. A abundância que justificou a construção de 120 km do Aqueduto das Águas Livres que durante um século abasteceu Lisboa de água.

Centro Ciência Viva do Alviela: nadar na praia fluvial, passear no carso e ver morcegos faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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