Todas as escolas do ensino básico deviam ser iguais ao Momo. O Museu do Circo está instalado numa antiga escola primária, quase centenária, em Foz de Arouce, concelho da Lousã. É um encanto e um deslumbramento para os sentidos, memórias e sonhos.

É a concretização do sonho de Detlef Schafft: “Estou muito feliz com a adesão das pessoas. Infelizmente a tendência não é das mais positivas. Por vezes, grupos de 20 crianças que recebemos aqui, talvez metade nunca tenham estado num circo. Acho isso preocupante.

Não só para os meus colegas como também para as crianças. Eu ainda me lembro da primeira vez que o meu pai me levou ao circo. É um mundo único.”

Detlef Schafft (ou Det) vive em Portugal há cerca de 40 anos e fundou a companhia de novo circo Marimbondo, depois de ter decidido mudar de vida.

“Sou educador de infância e um dia fui convidado para ver um festival de arte infantil na Alemanha. Apaixonei-me de tal forma, que aos 35 anos de idade, decidi “vou ser palhaço”. Formei a companhia Marimbondo em Portugal com mais duas pessoas também da Alemanha.”

Com Eva Cabral dão sequência ao sonho do Museu do Circo que ganha uma nova vida de modo permanente. Com os objetos e com as emoções de quem o visita.
O interior da escola, com cores vivas, quentes, está recheado de objetos que nos encantam.

“Além de fotografias, cartazes, objetos, por vezes exposições temáticas sobre o circo, temos inúmeros instrumentos e algo que é muito importante, que é um carinho muito grande sobre o que está aqui. Sabemos também transportar isso para os nossos visitantes.”

Logo à entrada vemos uma tenda e todo o espaço está preparado não só para visitação, como também para outras atividades.
Adianta Eva Cabral que há vários espaços expositivos, como por exemplo, “salas dedicada ao circo português, ao circo internacional e ao cinema e ao circo”.

Nas instalações ,somos ainda acolhidos por um café dedicado aos palhaços, “um jardim de inverno polivalente, tem um pequeno placo e serve para oficinas, um escritório com uma biblioteca com mais de 250 livros em várias línguas dedicados ao circo.
Há ainda o espaço exterior com uma mini tenda, um chapitô de dez metros de diâmetro, um placo e possibilidade de projeção de cinema ao ar livre e uma vez por mês um espetáculo.”

A descrição revela a diversidade de acervo do Mimo e também o conjunto de iniciativas que desenvolvem de forma regular.

O Momo Museu do Circo é uma parceria com a Câmara Municipal da Lousã. Foi inaugurado em fevereiro de 2019 e o acervo resulta essencialmente de 3 coleções, que Eva Cabral nos ajuda a descobrir: “uma do Det que anda a colecionar há mais de 30 anos.

A segunda é de um jovem inglês, infelizmente já falecido. Começou por ser mágico, passou pelo malabarismo e teve uma carreira estrondosa. A irmã cedeu-nos parte do acervo.
Em termos de documentos históricos temos ainda de um colecionador alemão que vivia em Berlim e tinha muitos contactos com artistas de circo de todo o mundo.”

A visita é gratuita, cada pessoa dá o que quer, pode tomar um café e até assistir a um número. “Nós fazemos uma visita guiada. Começamos habitualmente com a exibição de um pequeno filme a preto e branco de 1956.

Contextualizamos e falamos com as pessoas sobre o circo, a sua origem, os palhaços… Depois fazemos a visita guiada, explicamos os objetos em exposição e aprende-se, pelo menos, a base do malabarismo. Tocamos música, há ilusionismo…”

Momo – Museu do Circo na Foz de Arouce e da nossa infância  faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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