O Covão de Ametade é um deslumbramento em qualquer altura do ano.
Nesta época as árvores estão a ganhar novas tonalidades, cores quentes que acentuam o ambiente romântico. No final da estação ficam quase despidas. O rio Zêzere, agora muito sereno, está parcialmente coberto com um manto de folhas amarelas.
A fotografia icónica do Verão, as bétulas a refletirem os ramos arredondados, que parecem círculos no espelho de água, transforma-se agora num lugar calmo, com menos gente e com um tom de luz suave.
A clareira no interior, em frente das encostas escarpadas dos cântaros, tem lençóis de folhas espalhadas pela relva de verde esbatido.
É um ambiente convidativo para nos aquecermos ao sol num dos bancos de madeira ou iniciar vários passeios. Namorar a natureza e mergulhar num ambiente romântico.
“Aqui é o coração da Serra da Estrela. Aqui nasce o rio Zêzere, entre dois Cântaros. Tem dos trilhos mais ligeiros, que podem ser feitos por um casal. São trilhos acessíveis. Sem grande dificuldade, a fazer a dois, muito romântico.” Bruno Tacanho é o concessionário do Covão de Ametade. Um espaço belo, onde sentimos a proteção da natureza entre os maciços graníticos.
Um deles é o Cântaro Magro, o mais emblemático da serra da Estrela. O ponto mais alto está a 1928 metros de altitude e consegue-se ver da clareira.
É por entre o maciço granítico que surge o rio Zêzere, pouco depois da nascente. O primeiro curso em leito tranquilo é quando atravessa a clareira do covão.
Se a serra da Estrela entrou no imaginário popular como um lugar puro, natural, então o Covão de Ametade é o epicentro desse sentir. “É o parque mais natural da serra da Estrela. Aqui a eletricidade não chegou, algumas espécies só há aqui como o servum. É isto que procuramos preservar.”
É fácil aceder ao Covão de Ametade. Fica próximo da estrada e o parque de estacionamento funciona como miradouro do vale glaciar que foi parcialmente destruído pelos incêndios, mas distante do Covão.
Outro postal ilustrado da serra da Estrela que não foi afetado diretamente pelos incêndios foi a cascata do Poço do Inferno nem a zona envolvente.
Nesta altura do ano é um dos lugares de visita obrigatória devido aos tons outonais no caminho de acesso e no vale escarpado que cerca a ribeira de Leandres depois de se despenhar na cascata.
Namorar a natureza no Covão de Ametade, o “coração” da serra da Estrela faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.