É palha, mas não são apenas os burros que gostam. Todos gostam, desde que sejam gulosos. A receita é de origem conventual, tem cerca de 500 anos, e o doce é irresistível.

Daniel António é há cerca de 60 anos o proprietário da Confeitaria Palha de Abrantes, situada no centro histórico. “É a mais antiga em Abrantes. Produzimos tudo o que lá vendemos. A Palha de Abrantes é dos que tem mais procura com a maioria de gente de fora.”
Ainda no testemunho de Daniel António “normalmente as pessoas comem o doce sem mais nada. É doce. É só ovos e açúcar, não leva mais nada.”

Na montra vemos vários doces, muitos com fios de ovos e a Palha de Abrantes é um dos que sobressai. A cor amarela com a cobertura de fios de ovos queimado, em forma de ouriço e colocado em forma de papel, torna o doce irresistível. Percebe-se porque perdura desde o século XV.

“A Palha tem 500 anos. Vem dos conventos e a receita não se alterou. Apenas as embalagens. Antes eram feitas pelos presos da cadeia em madeira. Agora é em cartão.”

Ao contrário de outra doçaria de origem conventual, no caso da Palha de Abrantes, Daniel António diz que a receita é conhecida, não é segredo, “mas a maior parte das pessoas não faz. Em Abrantes, nesta parte da cidade, somos só nós que fazemos.”
Um dos motivos é porque se trata de um doce que parece dar muito trabalho.

Muita gente vai à confeitaria com o propósito de levar caixas para oferecer. “A palha é mais conhecida do que Abrantes. “

O nome Palha de Abrantes remete para o transporte no rio Tejo de cereais e palha para Lisboa, a partir do cais fluvial de Abrantes. A rota fluvial acabou por dar origem à designação de Abrantes como a terra da palha.

Uma “bomba” de Palha de Abrantes faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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