A rua Direita de Leiria, conhecida pelo comércio tradicional, está a ganhar nova vida. Novos habitantes, comércio e muitos turistas que descobrem o casario de uma das ruas mais interessantes do centro histórico da cidade.
A rua Direita está arranjada, com calçada portuguesa e situa-se no centro histórico de Leiria. O seu verdadeiro nome é rua Barão de Viamonte e faz a ligação entre o largo Cândido dos Reis, o antigo terreiro, e a praça onde está a Sé de Leiria.
A rua é estreita e mais estreita ainda são algumas travessas, como a da Tipografia, onde Eça de Queirós viveu algum tempo.
No cruzamento com a rua Direita foi construído o Centro Cívico com o nome do escritor.
É dos poucos edifícios de arquitetura moderna. A maioria são de dois a três pisos, com pequenas varandas com vasos de flores. Alguns das construções foram restauradas.
Ao longo da rua podemos ver ainda vários murais.
O pulsar da vida na rua Direita ainda está longe “da minha juventude. Era a rua mais movimentada de Leiria. Agora a rua tem outro tipo de movimento. Mais noturno e com jovens. Há também residentes estrangeiros, nomeadamente brasileiros.”
O testemunho é de Ana Paula Moreira que dá continuidade a um negócio familiar, a Chapelaria Liz. É uma das lojas mais antigas da rua Direita.
No mesmo sentido vai o testemunho de Vasco Silva que faz parte de outra família com um comércio tradicional na rua Direita. “Desde há cinco anos que há muita imigração, famílias a regressarem… Está a voltar a ter a caraterística de bairro.
Há muitas realidades agora que é interessante de observar. Os portugueses e pessoas de outras nacionalidades que residem aqui. Trabalham perto e acabam por dar outra vez vida a esta zona.”
Um dos sinais é a música que se ouve do interior das casas e que, em alguns casos, revela a proveniência dos novos moradores.
O renascer da rua Direita junta comércio antigo com novos estabelecimentos e, por exemplo, não é grande a distância que separa a ervanária da loja de produtos de canábis.
Há ainda várias lojas para turistas. Refere Ana Paula que “é instável. Umas abrem, outras fecham.
Como esperam ter de imediato resultados fecham depressa. Uma loja leva um a dois anos a criar-se e agora não há esse costume.”
Vasco Silva acrescenta que um dos problemas das unidades familiares é quem lhes dê continuidade. Não é o caso da pastelaria LuziClara, muita afamada pelas Brisas do Liz, e que pertence à sua família.
Como ele diz, acaba por ser um café de bairro e ajuda a dinamizar o movimento, tal como as outras lojas que estão a ser criadas.
“Vão surgindo. Ainda não é o suficiente para ter uma rua com a animação anterior. Há muitos resistentes, mas outras referências do comércio acabaram por encerrar.”
O aumento do turismo tem ajudado a revitalizar a rua Direita. Muitos passeiam por aqui quando descobrem o centro histórico.
Outro seguem em direção à Catedral e depois até ao castelo que por vezes é visível por entre as estreitas travessas que “galgam” a colina.
A nova vida da rua Direita de Leiria faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.