É uma imersão na natureza entre o meio marítimo e terrestre. Percorremos os 8km dos passadiços da barrinha de Esmoriz a ouvir o ecoar das ondas do mar e a caminhar numa estrutura de madeira rodeada de vegetação e água.

O azul do céu e da água e o verde exuberante das plantas pintam um enorme horizonte que por vezes tem o traço do voo de uma ave. Num lugar sereno e belo, a biodiversidade é enriquecida com mais de uma centena de espécies que nidificam aqui ou fazem uma paragem nos processos migratórios.

Valorizamos mais este enquadramento natural quando nos recordam que a barrinha de Esmoriz serviu para depósito de resíduos industriais. Toda a área, cerca de 400 hectares, foi requalificada.

A construção dos passadiços circulares faz parte da renovação da lagoa e da partilha do usufruto com a população. É o caso de Sérgio Ferreira. “Venho com muita frequência. No mínimo 4 a 5 vezes por semana. Desloco-me de Santa Maria da Feira até aos passadiços de Esmoriz.

É um espaço saudável, tranquilo e estamos em contacto com a natureza. Temos o som de fundo do mar. Para mim, é revitalizador depois de um dia de trabalho (na Rádio Sintonia )poder fazer uma a duas horas de exercício e depois voltar a casa com a mente limpa e o corpo são.”

Enquanto decorria a nossa conversa, ao final da tarde de um dia de semana, passaram várias pessoas a pé ou de bicicleta. Um casal era estrangeiro.

No testemunho de Sérgio Ferreira “é comum encontramos ingleses e alemães. Ao fim de semana é muito habitual vermos casais, até com carrinhos de bebé ou animais de estimação a passarem na ponte.”
A frequência varia, “durante a semana é possível correr, mesmo que lentamente.

Ao fim de semana está fora de questão. São tantas as pessoas nos passadiços que teríamos permanentemente de pedir licença para passar.”
Muitos dos visitantes são dos concelho de Santa Maria da Feira, como é o caso de Sérgio Ferreira, e de Ovar, de que faz parte Esmoriz.

Um dos acessos mais utilizados  é na zona sul da barrinha. Há estacionamento automóvel ao lado do campo de futebol.
Vários placards têm informação sobre a lagoa costeira, (também conhecida como Lagoa de Paramos) a flora e a fauna.

É a mais importante zona húmida no litoral a Norte de Portugal Continental e um dos sinais é a vegetação densa que, por vezes, abraça os bancos que nos propõem uma pausa na caminhada.

Várias pontes de madeira atravessam pequenos canais. Uma delas é icónica. Passa por cima de um enorme espelho de água.

A curva acentuada dá-lhe alguma graciosidade e a vista que alcança não fica aquém. Do alto da ponte vemos a praia e o mar.
Não há muitas sombras e o percurso no Verão deve evitar as horas de maior calor.

No Inverno também é aliciante, segundo a experiência de Sérgio Ferreira: “mesmo no inverno o passadiço está bem cuidado. Com alguma proteção, um simples impermeável, temos a sensação de estar perante os elementos naturais. A chuva, o vento… Para mim, é uma satisfação poder sentir o vento, o frio, o calor, a chuva no rosto. É uma sensação de liberdade”.

O passadiço da barrinha de Esmoriz faz parte da Grande Rota da Ria de Aveiro e tem ligações com outros percursos.
Está inserido numa área protegida. Foi classificada como Sítio de Importância Comunitária e integra a Rede Natura 2000.

Da lagoa até ao mar no passadiço da barrinha de Esmoriz faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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