O Parque da Pena é um lugar de encantamentos e de um profundo romantismo. O palácio, a mata, o ambiente… a própria história com o Monte da Lua, tudo tem uma vivência romântica.  Um dos lugares marcantes é o chalet da condessa d’Edla e, relativamente próximo, a Feteira da Condessa.

O ambiente romântico do chalet e da feteira da Condessa está associado a um romance. O rei D. Fernando II, viúvo, apaixonou-se por uma antiga cantora de ópera, com quem acabou por casar, apesar da controvérsia da elite de Lisboa.
Criaram o seu refúgio na serra da Sintra, onde D. Fernando tinha em curso a construção do Palácio da Pena e a reflorestação da serra.

Para os encantos do casal, ficou um lugar romântico. Um desses locais era a feteira onde, cada passeio era vivido como um fio de água. “É uma área mais afastada e recatada onde sentimos que nos estamos a perder constantemente devido aos caminhos sinuosos. Acredito que D. Fernando e a condessa queriam estar isolados da controvérsia que existia sobra a relação entre eles.”

A descrição é de Elsa Isidro, arquiteta paisagística do Parque da Pena, e conhecedora do imenso universo da flora do parque.
Ela destacou-me dois fetos que cresceram mais do que o habitual.

Encontram-se num labirinto de caminhos da feteira da Condessa, próximo de uma ponte perdida no arvoredo. “Na fase inicial da construção do parque, D. Fernando terá adquirido quatro exemplares para experimentar uma plantação no exterior. Isto era uma novidade no século XIX.

Em vários países europeus era comum cultivar em estufas. Aqui temos as condições ideais para o desenvolvimento dessas espécies também no exterior. Mudou o paradigma e criou condições para que em Sintra se conseguisse ter coleções desta espécie de fetos no exterior.”

As condições climatéricas da serra de Sintra permitiram a criação dos fetos no exterior. Os primeiros quatro exemplares comprados pelo rei estão identificados.
Temo aqui dois exemplares. Os outros dois estão próximo do chalet da Condessa. Foram adquiridos outros exemplares da mesma espécie e nesta feteira criou-se a primeira coleção e mais antiga do Parque da Pena.”
A outra coleção é a Feteira da Rainha. Acompanha também uma linha de água a partir do Tanque dos Frades. Estende-se até ao vale dos lagos. Os fetos arbóreos são originários da Austrália e da Nova Zelândia.

Elsa Isidro, arquiteta paisagística do Parque da Pena

Elsa Isidro recomenda a Primavera como a estação ideal, para se descobrir a beleza das duas feteiras.
Na Feteira da Rainha, próximo do tanque dos Frades, não deixe de apreciar duas enormes sequoias que devem ser dos primeiros exemplares da reflorestação da serra, em meados do século XIX.

As sequóias são provenientes da América do Norte.
Muitas das escolhas exóticas de plantas foram influenciadas pela condessa d’Edla que viveu muitos anos nos Estados Unidos.

O romantismo das feteiras do Parque da Pena em Sintra faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

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