O Salão de Festas é a sala de espetáculos da Incrível Almadense e uma referência cultural na cidade. Ganha maior simbolismo no ano em que se comemoram 50 anos da Revolução de Abril porque o palco teve momentos “míticos” na resistência ao antigo regime.

A fachada do edifício, na zona de Almada Velha, com letreiros luminosos datados de meados do século, anunciam a azul a Incrível Almadense e a vermelho o Salão de Festas.

O edifício é alto, revela os três pisos, mas esconde a profundidade da sala rodeada de dois balcões.

As placas de mármore no átrio de entrada evocam nomes grandes do teatro – Amélia Rey Colaço – e eventos relevantes, como por exemplo, o concerto de inauguração em 1958.

Fernando Viana, presidente da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, refere que a construção começou em 1952 e é mais um exemplo de uma obra “construída de forma graciosa pelos sócios da Incrível.”
O Salão de Festas desenvolve um papel relevante na vida cultural de Almada. No passado, nos anos 60, destacou-se pelos bailes.


Nas últimas décadas tem sido ponto de encontro de vários estilos musicais. “Desde Zeca Afonso, UHF, Xutos & Pontapés, Da Weasel, Épica… de tudo o que se faz de bom em Portugal. Estiveram também presentes bandas estrangeiras e encheram sempre a sala”.

Pelo propósito fundador da Incrível Almadense, e que perdura até aos dias de hoje, a atividade da associação é marcada pela afirmação dos valores da cidadania.
Não se estranha, assim, que o Salão de Festas tenha sido uma das salas marcadas pela resistência ao antigo regime. “Quando Zeca Afonsos fugiu à Pide é um momento mítico nesta sala”.

O Salão de Festas tem ligações a outros espaços da Incrível Almadense, com acessos a outras ruas e num formato labiríntico.
Um labirinto também para a PIDE que muitas vezes vigiava figuras relevantes da resistência democrática nas iniciativas culturais realizadas no Salão de Festas.

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