Lençóis ondulados e primaveris decoram nesta altura os campos em redor de Crato.
No interior da vila, o amarelo e branco das casas fazem sobressair a as ruas com história e “monumentalidade”, em particular a praça onde se contempla a varanda do Grão Prior.

É o ex-libris da vila. A varanda de pedra, decorada com rosáceas e suportada por quatro colunas que ajudam a desenhar três arcos.

O largo com o pelourinho e o casario bem preservado dirigem o olhar para a construção de pedra adormecida há cerca de 500 anos.

A par da janela são os vestígios do palácio do Grão Prior da Orem do Hospital cuja sede em Portugal passou pelo Crato.

A presença da ordem, o Mosteiro de Santa Maria de For da Rosa, casamentos reais e a passagem da respetiva nobreza da corte, emprestaram à vila um estatuto que perdura até aos dias de hoje.

Alexandre Santos

Como nos diz Alexandre Santos, da direção do Museu Municipal, “o Crato, pela circunstância de ter sido sede dos hospitalários em Portugal, a partir de 1340/41, com D. Álvares Gonçalves Pereira (o fundador do vizinho mosteiro de Flor da Rosa), isso transmitiu à vila uma certa monumentalidade que se vê na arquitetura.

Com uma grande concentração no centro histórico, de edifícios apalaçados ou pequenos solares. Muitos têm uma janela ou uma porta de algum interesse. Das mais antigas, com portas ogivais do século XV, até ao barroco, com mais exuberância.”

Num passeio pelas ruas observamos com facilidade alguns destes sinais. Seguimos o roteiro sugerido por Alexandre Santos.

O ponto de partida é o largo da varanda do Grão Prior, segue-se a Igreja Matriz. Tem uma lápide de 1287 que anuncia a sua origem.

No entanto, desta altura resta apenas o campanário. A capela-mor e o altar – da autoria de Raul Lino – são de um passado recente.

A subida da rua da cadeia é fácil. Passamos pela biblioteca – o antigo presidio – e por uma capela de estilo barroco.

No alto somos rodeados pelas muralhas do castelo. A fortificação, datada de 1440, está em ruínas e não é visitável. Um pouco mais à frente sentamo-nos num dos bancos do miradouro, à sombra de uma azinheira.

Vemos a paisagem primaveril, com a ondulação e o colorido das flores silvestres. Ao fundo o cenário é fechado com a serra de São Mamede.

A visita ao Crato tem, obrigatoriamente, de ser complementada com a descoberta do antigo Mosteiro de Flor da Rosa que é visitável.

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *