A Colonial está numa das mais frequentadas praças da zona histórica de Barcelos e é a confeitaria mais antiga ainda em atividade
A Colonial combina o passado, como é exemplo o nome, com traços contemporâneos. É o caso da arquitetura interior que a tornou incaracterística e, por outro lado, apagou vestígios de outros tempos e de outras mentalidades.
“Há muito tempo. Havia figuras em madeira, retratavam pessoas de cor, homens e mulheres, a segurarem café. No interior também havia cadeiras e o balcão era de madeira.”
O testemunho é de José Correia. Quando era criança o pai levou-o algumas vezes à Colonial e agora mantém o hábito. “Toda a gente costuma vir a este café porque os outros que existiam nesta zona quase que desapareceram todos.”
José Correia aponta para vários edifícios vizinhos na zona histórica de Barcelos e cita os nomes de alguns cafés que encerraram.
A Colonial localiza-se num bairro com arquitetura típica do Minho. Prédios com varandas em ferro, janelas altas de madeira com o traço marcado pela cantaria em pedra e algumas fachadas parcialmente cobertas com azulejos.
Estamos em frente de um chafariz monumental. Na mesma praça convivem dois galos de Barcelos, em tamanho gigante, com a Torre antiga e a bonita e singular igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz. Em frente da esplanada do café a vista é para um jardim.
A Colonial mantém a centralidade, “está num sítio excecional. É o único café aqui. Naturalmente uma pessoa passa por aqui e toma um café e convive um pouco.”
Mantém-se a centralidade, mas alteraram-se hábitos sociais que José Correia recorda: “quando era jovem, a malta encontrava-se nestes cafés. Hoje em dia não há a chamada tertúlia de café. É uma pena.”
Ao contrário do que se passou em outras localidades, José Correia diz que em Barcelos não havia uma divisão social na frequência dos cafés e isso verificava-se nas próprias tertúlias.
Uma das confeitarias que frequentavam, hoje desaparecida, era a Salvação.
Era muito afamada pelas queijadinhas de Barcelos que têm a forma de uma estrela de cinco bicos.
O bolo é agora produzido em muitas confeitarias. Na Colonial há mais de 15 anos que um dos destaques é o bolo rei. Todos os anos é diferente e inovador.
No entanto, José Correia, tem outra recomendação: “há aqui um pasteleiro que faz um folhado divinal. Nota-se quando é ele que faz o pastel de carne. O recheio não é grande coisa, mas o folhado é divinal.”
A Colonial – a mais antiga confeitaria de Barcelos faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.