O Museu Maçónico Português fica no Bairro Alto em Lisboa. Está aberto ao público e todos podem visitar. Os profanos ficam pelo museu. Os irmãos podem subir as escadas e visitar a sede do Grande Oriente Lusitano.
A descoberta do Museu Maçónico é muito interessante porque revela parte da Luz que abre a porta aos aprendizes. É também uma oportunidade para a divulgação da indumentária dos maçons e dos seus rituais.
É exemplo o famoso avental. Mas podemos ver muitos outros objectos como luvas ou as espadas. Estão em exposição vários exemplares e os nomes dos “veneráveis” a quem pertenciam.
Dizem respeito aos irmãos maçons em diversos graus e qualidades e ao mesmo tempo nos “trabalhos em Loja”. Há muitos outros instrumentos e todos transportam uma forte carga simbólica.
Como nos explicou Carlos Luís, conhecedor da Maçonaria portuguesa e internacional, são instrumentos utilizados nos rituais e no “mundo profano”.
Os que têm um significado mais profundo são o martelo e o cinzel para trabalhar a “pedra bruta. Isto é, o ser humano nasce como uma “pedra bruta” que precisa de se aperfeiçoar ao longo da vida através dos caminhos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta trilogia da Revolução francesa foi assumida pela Maçonaria que desenvolve a sua acção com este espírito, em nome do serviço público e sem o intuito de beneficio próprio”.
Uma das salas é a réplica de um templo com as colunas e parte do pavimento em mosaico a preto e branco.
Um painel revela gente notável do tempo da Monarquia Constitucional e da República que fizeram parte do Grande Oriente Lusitano, fundado em 1802 e considerado uma das mais antigas Potencias da Europa.
Há muitos outros notáveis para além da politica. São personalidades de vários campos do saber, das artes, das corporações militares e religiosas. Na lista encontram-se alguns dos maiores vultos da literatura portuguesa do século XIX e XX.
Documentos históricos em exposição e a lista de nomes que está escrita num cartaz revelam a dimensão e o perfil dos maçons em Portugal e a influência que tiveram.
“As grandes reformas na Monarquia Constitucional foram desencadeadas por irmãos maçons. A própria igreja teve diversos irmãos maçons. Nas mais diversas áreas de actividade houve maçons que marcaram a história de Portugal. Houve e há maçons que dão o seu contributo para o desenvolvimento da Humanidade tendo sempre em vista a liberdade e os princípios da Res Pública.”
Ao longo destes três séculos a maçonaria esteve ainda envolvida numa vasta obra marcada pela fraternidade. Em projectos de acção social, no plano educativo e de solidariedade entre os cidadãos.
No presente não se pode revelar os nomes do que pertencem à Maçonaria. Os que estão vivos têm a salvaguarda do segredo ditado pelas regras maçónicas. Actualmente não há riscos acrescidos em Portugal de ser maçon. O mesmo não se pode garantir em relação a outros países. Este é um dos motivos porque o Museu é muito visitado por estrangeiros. No pais de origem não há qualquer lugar de visitação ou é arriscado terem contactos com a maçonaria.
Em Portugal houve situações semelhantes com perseguição aos maçons. A Maçonaria foi introduzida no nosso país, o mais tardar em 1727. A primeira Loja é constituída por comerciantes britânicos e meia dúzia de anos depois surge a segunda Loja. Não durou muito começou a perseguição lançada pela Inquisição.
Ao longo dos três últimos séculos, apesar da perseguição em alguns épocas, a Maçonaria mostrou-se sempre activa e com adesão de novos maçons. Alguns, por exemplo, iniciaram-se em França.
Conhecem-se por sinais e códigos secretos que variam consoante a Loja ou Obediência a que pertencem.
Das trevas à Luz no Museu Maçónico Português faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e a emissão deste episódio pode ouvir aqui. O Vou Ali e Já Venho tem o apoio: