A tuia gigante tem 35 metros de altura e o tronco é muito largo. A copa é difícil de ver e a tuia alarga o seu território com ramos grossos, castanha-avermelhada e, por vezes, com formas graciosas.

A tuia está próxima de um caminho no final da Feteira da Rainha, num ambiente romântico onde sobressaem os troncos enormes da tuia gigante.

Alguns estão retorcidos, outros formam um arco. Refiro troncos, em vez de ramos, porque a tuia multiplica-se.

“Parece que anda. Os ramos tendem a ter esta conformação em arco e com o peso da copa podem tocar o solo. Depois enraízam, formam uma nova árvore que se afasta ligeiramente da árvore mãe, do tronco central.”
Acrescenta Elsa Isidro, “estamos a assistir à arvore a caminhar e a afastar-se gradualmente do ponto de origem.”

Elsa Isidro é arquiteta paisagística e uma profunda conhecedora da história e da botânica do Parque da Pena. Ela refere ainda que a tuia, “num ambiente natural não cresce com a dimensão que vemos aqui.
É uma espécie que é podada e utilizada para a fragmentação de terrenos, em sebes.
Aqui atingiu esta dimensão monumental. É um exemplar singular na Europa. Em Portugal não temos mais nenhum como este.”

Um dos motivos tem a ver com o local onde foi escolhida a plantação. Próximo de uma linha de água e numa zona protegida dos ventos.
“Estamos no meio de duas áreas. Da feteira da rainha e do vale dos lagos. Está protegida dos ventos fortes. É um microclima dentro do microclima da serra da Sintra. As temperaturas não oscilam muito no Inverno e Verão, o que permite que as árvores cresçam muito e atinjam dimensões tão espetaculares.”

Um primeiro olhar para a tuia gigante induz a imagem de robustez, até pelo contraponto da fragilidade dos fetos que a rodeiam. A casca é espessa e castanha-avermelhada.
No entanto, um olhar mais atento e conhecedor repara nas consequências de muitas pessoas que sobem a alguns ramos para tirarem fotografias.

“Conseguimos ver feridas na casca da árvore devido às pessoas que trepam para tirarem fotografias. As feridas podem ser graves, causar danos irreparáveis. A árvore começa a secar a sua copa e a eliminar ramos.”
Nem de propósito. Quando da minha visita um casal subiu a um dos ramos.

As populações indígenas da costa noroeste da América do Norte utilizavam esta espécie para várias finalidades, como cestos, vestuário e até como totem.
“A madeira é macia e era utilizada para ser esculpida”

A tuia gigante é uma das espécies exóticas introduzidas no Parque da Pena pela equipa que em meados do século XIX realizou a reflorestação da serra e a criação de jardins.
Precisa Elsa Isidro que “é uma das árvores mais antigas do Parque da Pena. Deve ter feito parte da primeira plantação.”
O Parque da Pena é um enorme projeto botânico. De ensaio e criatividade. Alterou significativamente a paisagem da serra de Sintra.

A Tuia gigante é mais uma das muitas influências da seleção de plantas por parte da segunda mulher de D. Fernando II. A condessa d’Edla viveu vários anos nos Estados Unidos e partilhou com D. Fernando o projeto de florestação do parque e a construção do palácio da Pena.

A tuia gigante é uma das árvores mais espetaculares do Parque da Pena em Sintra faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *