Gulfoss seria uma cascata igual a muitas outras se não tivesse a particularidade de podermos andar ao lado da água do rio Hvítá. Tal como muitos outros locais de impacte, tem uma história/lenda.

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Gulfoss

No caso de Gulfoss é um pouco dramática e pode-se resumir ao sacrifício de uma jovem, Sigríður Tómasdóttir, a cascata, para impedir o pai de vender o terreno para a construção de  uma barragem hidroeléctrica.
Uma outra versão diz que ela sucumbiu após uma marcha de protesto até Reykjavik. 
Seja como for, o sacrifício resultou.
 O terreno é hoje do Estado e a cascata está inserida num parque natural instituído pelo governo em 1979. 
Quando da nossa visita, havia uma estátua de Sigríður Tómasdóttir.
A queda de água fica a meio de uma cordilheira a 120 km de Reykjavik.
Quando se chega, lá do alto, no miradouro, já se ouve o barulho.

Gulfoss
Gulfoss

Daqui fica-se logo com uma ideia do tamanho da cascata e do espaço onde está inserida. O acesso é por uma descida, um caminho estreito, no meio da montanha, protegido por estacas de madeira e cordas.
Em algumas partes formam-se miradouros naturais. Parece terem sido criados de propósito com a erosão da montanha. A vista é impressionante. Conforme nos aproximamos, aumenta a humidade no ar.
Na parte central, no desfiladeiro apertado mas profundo, após a maior queda de água, levanta-se uma nuvem, que depois se espalha pela montanha.
O caminho dá lugar a uma zona com placas de basalto. Funciona como base de acesso à ravina onde se esmaga a água com uma queda de 32 metros.

Gulfoss
Gulfoss

Anda-se com cuidado porque o basalto está molhado. Caminhamos lentamente, estamos mesmo ali ao lado dos milhares de litros de água que num segundo se vão lançar na ravina.
É antecedida de uma primeira queda de água. De um a dois metros, paralela ao local onde ficámos. Três metros depois era a ravina.
Ao olharmos para a primeira queda de água, somos esmagados pelo volume e a força da água que parece dirigir-se contra nós. 
Essencialmente na altura do degelo do glaciar de onde provém. Ao observar a ravina,  a sensação é de abismo.

Pingvellir
Pingvellir é mais calmo do que Gulfoss.

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Almannagjá

Tem também a particularidade de constituir um fenómeno natural. É aqui que se juntam as placas tectónicas da América e da Europa.
Parece que a divisão foi feita por um pintor naturalista. De um lado uma crosta de pedras. No meio, um caminho que falseia a ideia de ter sido asfaltado e decorado com o verde da relva nas bermas.
Do outro lado, uma outra linha rochosa com vários metros de altura. Esta é a Almannagjá, uma das maiores falhas tectónicas na Islândia.

Pingvekir
Parque de Pingvekir

Depois o caminho alongava-se por um vale com muitos riachos. Um dos percursos de água volta a passar por uma zona estreita, limitada por duas filas de pedras como se registasse de novo a pressão dos dois continentes.
Alguns destes percursos de água são zonas da fratura tectónica. Uma delas, Nikulásargjá, tem muitas moedas. Segundo a lenda, quem atire uma moeda e esta toque no fundo vai ter sorte, o desejo vai cumprir-se.
No futuro, a expectativa é que esta divisória se alargue e que a Islândia se divida. 
Seja formada por duas grandes ilhas.
No horizonte encontrava-se meio perdida uma casa de madeira, de dois pisos.
 Branca, telhado escuro e com uma torre e catavento.

River Öxarár
Casa e Rio Öxarár

Era a residência de férias do primeiro-ministro. 
Do ponto de vista histórico, o parque é muito relevante para os islandeses. 
Nos tempos fundacionais, no sec. I, era aqui que funcionava o parlamento. Em 1944 foi declarada a independência da Islândia em Pingvellir.

Esta zona era muito verde. O parque foi declarado património mundial pela Unesco.
Um parque amplo, com várias pontes de madeira para os visitantes poderem passear. 

A vegetação é rasteira e em tons acastanhados.
No dia em que visitámos o parque, estava a chuviscar e frio. No entanto, fiquei com a ideia de que a temperatura deve ser sempre baixa porque não existe qualquer protecção natural do vento.

Géisers
Em primeiro lugar, a palavra geyser tem origem na Islândia, num local com o mesmo nome, não muito longe do lugar que visitei.

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Géiser

Os géisers de Haukadalur são como um relógio. Uma engrenagem complexa que repete os movimentos com uma cadência certa. 
Mas, cada um tem o seu tempo próprio.
A temperatura também varia e os avisos colocados no local apontavam para uma oscilação entre os 80 e 100 graus célsius.
Para evitar danos aos visitantes, havia barreira de protecção.
O espaço que visitámos tinha vários géisers. Uns mais calmos, que se limitavam a fumegar no meio de uma piscina natural. Terra barrenta e água azul clara.

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géiser Strokkur

Outros eram mais enérgicos. Caso do géiser Strokkur, que entrava em erupção de cinco em cinco minutos e a água subia até aos 20 metros.
Tinha a forma de um poço, com um diâmetro de alguns metros.
A água baixava ligeiramente, depois formava uma bolha verde, translúcida, e de seguida expelia o vapor por alguns metros de altura, acompanhado de um silvo.

Em redor, os turistas repetiam os movimentos: apontavam as máquinas fotográficas à espera do momento certo e quando era expelida a água e o vapor, ouvia-se em uníssono uau!

A água que transbordava, voltava a entrar no poço, segundos de expectativa e repetia-se o processo.

Estes três locais, Gulfoss, Pingvellir e os géiseres, constituem o Círculo Dourado. Um circuito turístico muito conhecido na Islândia e que é marcado por fenómenos naturais.

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