“Afigura-se-me que há duas formas de olhar para as rápidas transformações por que o mundo passa. Muitos veem sobretudo o que muda, outros procuram surpreender o que, a despeito delas, permanece”, Orlando Ribeiro, 1945.
“As permanências são um passado que ainda experimentamos”, Aldo Rossi.
À exceção de Espinho-Vouga e de Aveiro-Vouga, todos os edifícios das estações da Linha do Vouga têm implantação lateral relativamente às linhas férreas e à exceção de Aveiro-Vouga, que tem instalações para passageiros subterrâneas, também todas as estações são à superfície.
Com exceção de Sernada do Vouga e de Rio Meão, os edifícios de passageiros têm quase todos, desde a sua origem, um corpo central de dois pisos e um ou dois corpos laterais destinados a cais cobertos (armazéns) servidos por cais descobertos (plataformas alteadas).
Destacamos as seguintes estações:
Espinho-Vouga e Aveiro-Vouga – estação de origem e estação terminal da Linha do Vouga
Paços de Brandão, Rio Meão, Sernada do Vouga, Macinhata do Vouga e Águeda, estações de passagem da Linha do Vouga
Os diagramas de linhas (mapas) que se apresentam mostram a complexidade destes recintos, onde se situam todas as instalações necessárias à exploração do serviço ferroviário.
Estações de Passagem:
Estação de Paços de Brandão, PK 9,04
Estação de Sernada do Vouga, PK 61,650 (relativo ao antigo Ramal de Viseu) e PK 0,000 (era o início do antigo Ramal de Aveiro), na imagem
Estação de Macinhata do Vouga, PK 2,71
Estação de Águeda, PK 14,40
Estação de Aveiro-Vouga, PK 34,641
O primeiro edifício de passageiros, comum à Linha do Norte e à Linha do Vale do Vouga, foi inaugurado em 1864. Depressa se revelou insuficiente para o movimento da estação, tendo sido ampliado em 1915, com projeto do arquiteto José Coelho, num estilo que se pode considerar próximo do ideal da «casa portuguesa» de Raul Lino (varandas, alpendres, telhados).
O edifício tem uma ampla fachada constituída por cinco corpos escalonados quer em altura quer em planta. O central e os adjacentes têm três eixos de aberturas, enquanto os extremos, de menor dimensão, têm apenas uma janela no piso superior. Os corpos adjacentes ainda se distinguem por espaldares decorados com azulejos.
Em 1916, nova intervenção no edifício com os notáveis painéis de azulejos, azuis e brancos, da Fábrica Fonte Nova, da autoria de Francisco Pereira e Licínio Pinto.
Na fachada virada para o cais, estes azulejos apresentam sugestões de locais a visitar; na virada para a cidade mostram referências de Aveiro, mas também figuras típicas como pescadores, peixeiras, moliceiros, etc. De referir ainda as composições módulo-padrão de cores azul, branco e amarelo em parte das fachadas laterais.
Este antigo edifício de passageiros encontra-se hoje sob gestão da Câmara Municipal de Aveiro, que ali pretende instalar serviços turísticos e culturais após obras de requalificação.
Em 2005 foi construído um novo edifício de passageiros, com projeto do arquiteto João Lúcio Lopes, contando com uma ampla passagem inferior, onde se situam lojas, bilheteiras e os acessos às linhas. A atual Estação de Aveiro serve a Linha do Norte e a Linha do Vouga, existindo, devido à diferença de bitola, linhas dedicadas a cada uma delas.
A Estação de Aveiro, congregando os dois edifícios de passageiros, foi distinguida em 2014 pelo sítio de viagens e turismo Tripadvisor com o Certificado de Excelência, estando incluída na lista de atrações da cidade de Aveiro – Prédios arquitetónicos.
Em homenagem ao deputado aveirense José Estêvão, em 10 de abril de 2018 foi inaugurado na estação um painel de azulejos da autoria do artista Marcos Muge.
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PARABÉNS!
ÓTIMO, MUITO ÚTIL E OPORTUNO TRABALHO.
O PLATAFORMAcidades, grupo de reflexão cívica, agora com o apoio e envolvimento da Universidade de Aveiro, do Citta das Universidades do Porto e Coimbra e da Fundação António Pascoal, chegou a uma Posição Comum sobre a Ferrovia na Sub-região Noroeste do Entre Douro e Mondego que assenta, na constituição de um Anel Ferroviário Espinho – Aveiro que prevê a Quadruplicação da LN nesse troço e Reabilitação da Linha do Vale do Vouga enquanto Estrutura Espacial Urbana.
Essa Posição Comum – já conhecida da Infraestruturas de Portugal, com quem vimos dialogando, está agora a ser Apresentada aos Municípios – e sê-lo-á depois a Outros – com vista ao seu envolvimento neste Processo.
A Participação dos Cidadãos é bem-vinda. Estamos disponíveis
no nosso Blogue e no endereço
Gostaria saber se possivel um mapa de todas estações fe comboio da linha Vouga e Douro, a partir de Ovar
Alguém tem informações sobre a curta linha entre a estação de Sernada para o rio? Há poucos fotos.