Placa para o “Castelo”

Na verdade os habitantes até têm alguma razão. No início do séc. XIII terá começado a construção da fortificação mas ficou a meio.  Primeiro por desavenças entre as Ordens, depois porque a fronteira com o reino de Castela e Leão foi alterada, ficou mais distante, na sequência de um tratado.

As muralhas estão no topo de um cabeço com vista ampla sobre a região. Ouve-se apenas o zumbido do vento e o olhar perde-se numa vastidão de muitas dezenas de quilómetros.

Arco ogival de acesso às muralhas

Uma das entradas é por um arco ogival de granito e tem de se contornar vários penedos para se chegar ao topo, numa subida íngreme.
Do outro lado do cabeço são mais visíveis as muralhas que contornam o cume e ficam suspensas numa encosta de barrocais muito íngreme, que mais parece uma escarpa.

Muralha de Vila de Touro

Segundo me contou um casal de idosos da aldeia, a muralha era muito mais alta mas, há muitos anos, a diversão dos miúdos era lançarem as pedras pela encosta abaixo, pelo meio do barrocal, a ver quem conseguia mandar a pedra mais longe.
Meio envergonhada, a senhora que deve ter uns 80 anos, acrescentou que era nos tempos em que não se dava valor à muralha. Agora não, até estrangeiros a vêm ver.

Capela da Senhora do Mercado

Ao lado desta entrada há uma capela, da Senhora do Mercado que foi construída no séc. XIV. 
A senhora idosa contou-me porque lhe deram este nome.


Agora deixaram de fazer orações à Santa e já chove nos dias de mercado.
Mas todos os anos a Vila do Touro faz  a Festa com Tradição em Honra da Nossa Senhora do Mercado. Costuma ser no início de Setembro.

Esta santa tem uma outra particularidade. Desapareceu da igreja e apareceu próximo do arco que acede à muralha, num lugar onde há uma fonte. 
Desde esse dia que a fonte nunca secou e matou sempre a sede da população que aqui vinha buscar a água até haver canalização, feita pela população.

É o caso do Chafariz do Bezerrito, que fica ao lado do Touro. 
Este chafariz situa-se no centro da aldeia, mesmo ao lado do coreto e próximo da igreja matriz de onde desapareceu a santa.

Pelourinho e igreja matriz

É também aqui que está o pelourinho, um dos monumentos da aldeia, classificado de interesse nacional.

 No meio da povoação encontra-se igualmente a capela de S. Sebastião, construída no séc. XVI.

Vila do Touro

É também vulgar ver penedos, alguns colados às casas e num deles um cão servia de vigia.
A divisória dos terrenos e os caminhos são marcados por pequenos muros de pedras.
O nome da Vila tem origem na palavra Tauria e a localização do povoado, próximo da ribeira do Boi, ao que tudo indica, é um dos motivos que explica a sua muito antiga existência, desde muito antes da conquista romana.

Outros “vestigios” têm mais imaginação

Há vestígios arqueológicos como lagares, pias, machados de bronze, sepulturas que indiciam uma presença do homem com alguns milhares de anos.

A visita na Primavera é amena e com uma vista muito bonita, toda verde, dos campos e das azinheiras.

Entrada/saída de Vila do Touro

Vila do Touro fica a 10 Km do Sabugal e tem também sentido o problema do envelhecimento populacional e desertificação.
No último Censos foram registados 183 habitantes, metade do que tinha duas décadas antes.

Vila do Touro tem um castelo?  faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.

Ver Roteiros no concelho de Sabugal

3 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *